
Na quarta-feira (9), representantes do governo federal defenderam o fortalecimento da agroecologia e da agricultura familiar como políticas públicas centrais no combate à fome, às desigualdades sociais e às mudanças climáticas. A posição foi apresentada durante audiência na Câmara dos Deputados.
Agroecologia
A secretária executiva do Ministério do Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar (MDA), Fernanda Maquiavelli, afirmou que o governo trabalha para ampliar o acesso a financiamentos para projetos agroecológicos. “Mais do que triplicamos o número de projetos financiados, mas queremos avançar muito mais”, disse.
A agroecologia utiliza recursos locais, foca na sustentabilidade ambiental, valoriza a cultura local e reduz a dependência de insumos externos. A estratégia prioriza a produção de alimentos saudáveis em pequena escala, com base na agricultura familiar.
Também pelo MDA, a secretária extraordinária de Combate à Pobreza e à Fome, Valéria Burity, destacou a recriação de instâncias como o Conselho Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional (Consea) e a Câmara Interministerial de Segurança Alimentar e Nutricional (Caisan), extintas no governo anterior. Ela lembrou ainda a formulação do plano Brasil Sem Fome, que busca enfrentar a situação de cerca de 33 milhões de brasileiros em insegurança alimentar.
Segundo Burity, o maior desafio atual é garantir o acesso permanente a alimentos, especialmente para populações historicamente excluídas.
O presidente da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), Edegar Pretto, classificou a alta dos preços dos alimentos como um problema estrutural. Ele citou a queda na área plantada de arroz e feijão na safra 2022/2023 como um fator crítico, e atribuiu a expectativa de retomada na produção ao retorno do Plano Safra para a agricultura familiar e ao fortalecimento da Conab.