Manejo agrícola

RS detecta alta presença de ferrugem asiática no início da safra da soja

Monitoramento da Seapi mostra altos níveis de esporos da ferrugem asiática no início da safra 2024/25 no RS

Leitura: 3 Minutos
Fonte:  Fernando Dias/Ascom Seapi
Fonte: Fernando Dias/Ascom Seapi

O Rio Grande do Sul registrou altos níveis de esporos da ferrugem asiática da soja nas semanas iniciais da safra 2024/25, segundo monitoramento conduzido pelo Departamento de Diagnóstico e Pesquisa Agropecuária (DDPA/Seapi) em parceria com a Emater/RS-Ascar.

Os dados fazem parte da Circular Técnica nº 29 do Programa Monitora Ferrugem RS, que acompanha a ocorrência do fungo Phakopsora pachyrhizi em 77 lavouras de soja distribuídas em 75 municípios do Estado.

Municípios com maiores registros de esporos

Os maiores níveis de infecção foram identificados nos seguintes municípios:

  • Muitos Capões: 602 esporos
  • Três Passos: 372 esporos
  • Ijuí: 293 esporos
  • Cruz Alta: 205 esporos

A primeira ocorrência do fungo foi registrada em outubro de 2024, logo após o término do vazio sanitário da soja, nas lavouras de Cruz Alta.

Regiões com maior concentração de inóculo

As regiões que apresentaram os maiores níveis acumulados de inóculo foram:

  • Planalto Médio: 5.84 esporos detectados;
  • Planalto Superior (Serra do Nordeste): 2.908 esporos detectados;
  • Alto/Médio Vale do Uruguai: 2.281 esporos detectados.

Os picos de presença do fungo coincidiram com períodos de chuva e alta umidade relativa do ar, condições ideais para o desenvolvimento da doença.

Clima ajudou a frear a disseminação da doença

Apesar da alta infecção no início da safra, as condições climáticas limitaram o avanço da ferrugem asiática no ciclo 2024/25. Segundo o levantamento, a safra foi marcada por:

  • Neutralidade climática (sem El Niño ou La Niña);
  • Chuvas abaixo da média em grande parte do RS;
  • Ondas de calor em fevereiro e março, com temperaturas acima dos 41°C

Esses fatores reduziram a formação de novos focos da doença, resultando em avanço menor que o registrado na safra anterior, quando o El Niño favoreceu a proliferação do fungo.

Monitoramento orienta uso de fungicidas e manejo preventivo

O objetivo do programa de monitoramento é fornecer subsídios técnicos para decisões estratégicas, como o início do controle com fungicidas e a prevenção da doença em áreas críticas.

“As informações geradas podem ser utilizadas para o início do controle da doença e para a tomada de decisão quanto ao uso de fungicidas”, afirma Ricardo Felicetti, diretor do Departamento de Defesa Vegetal (DDV/Seapi).

Os dados do monitoramento são atualizados semanalmente e disponibilizados em mapas online, permitindo que os produtores adotem ações rápidas e localizadas.

Período de vazio sanitário em vigor até 30 de setembro

Atualmente, o Rio Grande do Sul cumpre o vazio sanitário da soja, que vai de 3 de julho a 30 de setembro.

Durante esse período é proibido manter plantas voluntárias ou em qualquer fase de desenvolvimento, medida que visa:

  • Reduzir a sobrevivência do fungo entre as safras
  • Diminuir os focos iniciais da doença
  • Proteger áreas produtivas para o próximo ciclo

“O monitoramento climático aliado à vigilância do patógeno é essencial para o manejo preventivo”, destaca Andréia Oliveira, doutora em fitopatologia da Seapi e uma das autoras do estudo.

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