
A Secretaria do Estado do Meio Ambiente e Recursos Hídricos do Piauí (Semarh), representada pelo secretário Feliphe Araújo, visitou ontem (21) a cidade de Gilbués (PI), em que é realizado um projeto que aplica hidrogel 100% natural em solos degradados.
O produto foi desenvolvido por pesquisadores do estado a partir de plantas típicas do Piauí – o hidrogel natural é biodegradável e feito com polissacarídeos vegetais extraídos de culturas abundantes da região, como o babaçu e o cajueiro. A cidade de Gilbués foi escolhida por concentrar a maior área de desertificação do país.
“É uma tecnologia feita no Piauí, com a cara do nosso povo e com o potencial de ajudar o mundo. Estamos falando de uma inovação científica, ambiental e social que nasce aqui e pode ganhar escala global”, afirmou Feliphe Araújo.
A ação faz parte de um projeto-piloto desenvolvido para a recuperação de 10 hectares na cidade, fruto de quase 20 anos de estudos conduzidos pelo Núcleo de Pesquisa e Recuperação de Áreas Degradadas de Gilbués (Nuperade). O hidrogel 100% natural foi apresentado durante um dia de campo que reuniu 45 alunos da Unidade Escolar Denilde Alencar.
“É diferente de tudo que já foi usado no Brasil. É uma solução científica e sustentável para recuperar solos que pareciam perdidos”, explicou João Xavier, presidente da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Piauí (Fapepi), parceira da iniciativa junto à Semarh, AFERT Biofertilizantes, Universidade Federal do Piauí (UFPI) e o INCT Polissacarídeos/CNPq.
O município de Gilbués já perdeu mais de 7 mil km² por conta da desertificação, e fica em uma das principais zonas de extrema aridez do Brasil. A estimativa dos pesquisadores é tornar a experiência um modelo para outras regiões do país.