A apicultura e a meliponicultura vivem um momento de expansão em Sergipe. Com produção estimada em 150 toneladas de mel por ano, segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, o estado tem avançado na organização e profissionalização da cadeia produtiva do mel.
Para celebrar o Dia do Apicultor e fomentar esse crescimento, o III Encontro Sergipano de Apicultores e Meliponicultores foi realizado em Aracaju, reunindo produtores, instituições e representantes do poder público.
O evento teve como tema a sustentabilidade na criação de abelhas, manejo qualificado e políticas públicas. O Governo de Sergipe, por meio da Secretaria de Estado da Agricultura e Desenvolvimento Rural e Empresa de Desenvolvimento Agropecuário de Sergipe (Emdagro), destacou ações recentes como o mapeamento dos produtores, implantação do controle sanitário, e a criação do Conselho Estadual de Apicultura e Meliponicultura.
Para o professor Edilson Divino, da Universidade Federal de Sergipe, um dos coordenadores do evento, a principal conquista é a articulação entre instituições e produtores.
“Agora, nós já sabemos da existência dos apicultores e meliponicultores e onde eles estão produzindo, estamos avançando nessa questão. Uma novidade muito boa é que passamos a trabalhar em um conjunto de dados compartilhados, coisa que nunca existiu anteriormente. Esse conjunto de dados compartilhado entre todas as instituições vai subsidiar nossos projetos. É essa informação que hoje temos de quanto se produz, onde e quem produz”, afirmou.
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A Rota do Mel também ganhou destaque no evento. Durante o encontro, foi discutido o potencial do mel produzido na caatinga, que possui características únicas e alto valor agregado.
O produtor Damião do Mel, do município de Tobias Barreto, destacou durante o encontro que o mercado para o mel sergipano está aquecido. Segundo ele, apenas neste ano, os apicultores da região já enviaram cerca de 17 toneladas do produto para o estado do Piauí. Para Damião, o maior desafio não é mais produzir, mas organizar a comercialização.
“Nosso problema não é produção, é estrutura. Estamos reorganizando a cooperativa para sair da dependência dos atravessadores. Esse é um passo essencial para fortalecer o setor”, afirmou.
Com apoio técnico, políticas integradas e valorização dos saberes locais, Sergipe aposta no mel como vetor de desenvolvimento rural.
