As projeções para a safra de grãos 2025/26 apontam um cenário desafiador para os produtores brasileiros, especialmente diante da tendência de alta nos custos de produção e de pressão nos preços internacionais da soja.
Para a soja, a estimativa é de aumento médio de 4% no desembolso do produtor, puxado principalmente pela elevação nos preços dos fertilizantes e de parte dos defensivos agrícolas. Mesmo com o recuo nos preços das sementes e dos fungicidas, o Custo Operacional Efetivo (COE) pode ultrapassar R$ 5.670 por hectare em Rio Verde (GO), R$ 5.550 em Sorriso (MT) e R$ 5.100 em Cascavel (PR).
As projeções foram apresentadas na semana passada pela Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), na reunião da Comissão Nacional de Cereais, Fibras e Oleaginosas.
“O produtor de soja deve ficar em alerta com relação aos custos de produção e estratégias de comercialização. Diante disso, o clima e a produtividade ganham ainda mais relevância para diluição dos custos e viabilização de resultado econômico positivo”, disse Mauro Osaki, pesquisador do Cepea-Esalq/USP, durante o encontro.
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Para o presidente da Comissão Nacional de Cereais, Fibras e Oleaginosas da CNA, André Dobashi, os produtores precisam ficar atentos quanto aos custos que estão acima da safra atual. “É importante verificar os valores de arrendamento de terras e preços dos principais insumos, como fertilizantes, para não prejudicar as margens da produção”, disse.
Milho de inverno
Para o milho de inverno safra 2025/26, a projeção é de uma margem bruta ainda positiva, embora inferior à registrada na temporada 2024/25, especialmente em regiões como Rio Verde (GO) e Sorriso (MT).
Segundo a CNA, o COE do milho deve apresentar alta de cerca de 7%, puxada pelo aumento nos preços dos insumos, com destaque para os fertilizantes, em que a variação dependerá do momento de compra e da região.
