Exportações de exportadoras brasileiras
Foto: Andy Li/Unsplash

As exportações brasileiras de soja atingiram em setembro um volume recorde para o mês, sendo impulsionadas pela firme demanda externa, indica novo boletim semanal do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea-Esalq/USP), publicado nesta segunda-feira (6).

De acordo com dados preliminares da Secretaria de Comércio Exterior (Secex), o País embarcou 6,5 milhões de toneladas de soja em grão em setembro, recorde histórico para o mês e 6,6% acima do escoado em setembro de 2024. Frente a agosto, no entanto, houve retração de 30,3%, movimento típico do segundo semestre, quando os estoques nacionais são menores.

Além disso, segundo pesquisadores do Cepea-Esalq/USP, a maior disponibilidade de soja na Argentina limitou parte dos embarques brasileiros no mês passado.

Ainda assim, de janeiro a setembro, o Brasil exportou 93 milhões de toneladas da oleaginosa, recorde para o período. 

Além da firme demanda pela soja brasileira, o clima segue no radar dos produtores. “O avanço da semeadura da safra 2025/26 no Paraná vem contrastando com o ritmo ainda lento das atividades no Centro-Oeste e Sudeste, devido à falta de chuvas”, finaliza o Cepea-Esalq/USP.

Embarques de milho também aquecidos

As exportações brasileiras de milho se intensificaram em setembro, com o volume escoado na parcial do mês já superando em 3% o total do mesmo período de 2024.

Segundo pesquisadores do Cepea-Esalq/USP, a melhora no ritmo de embarque se deve a negócios feitos antecipadamente, tendo em vista que a liquidez nos portos está mais lenta. 

“A lentidão nos portos se deve ao fato de os preços em Paranaguá (PR) e em Santos (SP) estarem operando bem próximos aos praticados no mercado nacional, reduzindo, portanto, o interesse de vendedores em novas efetivações para exportação”, explica o centro de pesquisa. 

De acordo com dados preliminares da Secex, as exportações brasileiras de milho em setembro (parcial, considerando-se os primeiros 20 dias úteis) somaram 6,6 milhões de toneladas, acima do volume registrado no mesmo mês do ano passado.

No acumulado do ano comercial 2025/26 – de fevereiro de 2025 a parcial de setembro de 2025, os embarques nacionais do cereal totalizam 18,8 milhões de toneladas, 4% abaixo do volume escoado no mesmo período da temporada 2024/25

“Para as próximas semanas, o ritmo de embarques pode voltar a diminuir. Isso porque o cereal brasileiro deve enfrentar uma forte competição com a entrada da safra recorde do Estados Unidos”, projeta o Cepea-Esalq/USP.