
O levantamento da DATAGRO Grãos de março apresentou alguns ajustes significativos nas projeções para a safra brasileira 2024/25 de soja, conforme os trabalhos de colheita começam a entrar em fase derradeira.
A estimativa para a área semeada foi levemente revisada para baixo, de 47,819 para 47,799 milhões de hectares – contra 46,219 milhões de hectares plantados com a oleaginosa na safra 2023/24. Apesar do leve corte, esse é o 18º ano consecutivo de incremento na área plantada com soja no Brasil.
A produtividade média esperada, no entanto, foi elevada, de 3.504 para 3.537 quilogramas/hectare, ante 3.351 kg/ha no ciclo anterior.
Sendo assim, a projeção para a produção saiu de 167,572 para 169,072 milhões de toneladas, acima das 154,898 milhões de toneladas colhidas em 2023/24 (+8,9%) e ainda um recorde histórico.
Comparação
A efeito comparativo, as projeções da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) e do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) para a safra 2024/25 de soja do Brasil estão em 167,40 e 169,00 milhões de toneladas, respectivamente.
De acordo com a DATAGRO Grãos, a nível nacional, restam menos de 25% das áreas semeadas com soja para serem colhidas. Os trabalhos no Centro-Oeste se encontram virtualmente encerrados, restando ainda importantes áreas no Sul, Sudeste e Matopiba – Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia.
Distinção entre os estados
A estimativa da consultoria para a safra gaúcha 2024/25 foi cortada de 17,125 milhões de toneladas em fevereiro para 16,000 milhões de toneladas em março, o que deve consolidar o Rio Grande do Sul como o quarto principal estado produtor – atrás, agora, de Mato Grosso, Paraná e Goiás.
Em novembro, antes do estado enfrentar duas fortes ondas de color, a projeção da DATAGRO Grãos estava em 22,374 milhões de toneladas. Em 2023/24, apesar do desastre das enchentes ocorrido no final da safra, o RS foi o segundo maior produtor, com 20,400 mi de t.
O Mato Grosso, por sua vez, deve ser o responsável por 29,4% da oferta nacional neste ciclo, com uma produção esperada de 49,725 milhões de toneladas, um aumento de 22,8% ante a temporada passada e um recorde histórico, até mesmo superior à lavoura total da Argentina, por exemplo, projetada em 48 milhões de toneladas.
Goiás deverá colher 19,474 mi de t (+12,2% ano a ano); Mato Grosso do Sul, 14,400 mi de t (+8,3%), o que deve compensar as perdas observadas no RS.
Paraná, Minas Gerais e Bahia, importantes estados produtores, também devem registrar crescimento. Este último deve ter a maior produtividade média entre todos os estados brasileiros, 4.000 kg/ha, ante 3,899 kg/ha na temporada anterior.