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Cuidados no cultivo da soja para a safra 2025/26: guia completo

Confira os principais cuidados no cultivo da soja e prepare-se para o plantio da temporada 2025/26 com mais produtividade

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A imagem ilustra produção de soja em São Paulo
Foto: Wenderson Araujo/Trilux

Com o fim do vazio sanitário da soja se aproximando em grande parte dos estados produtores, o Brasil se prepara para o início do plantio da safra 2025/26, momento estratégico para garantir produtividade e sustentabilidade no campo. A nova temporada traz não apenas desafios climáticos e mercadológicos, mas também a necessidade de atenção redobrada a boas práticas agronômicas que asseguram o sucesso da lavoura.

Neste artigo, vamos apresentar os principais cuidados no cultivo da soja, desde o planejamento da safra até o manejo pós-colheita, com foco nas boas práticas que aumentam a produtividade, reduzem perdas e preservam o solo e o ambiente.

O que é o vazio sanitário e por que ele importa?

O vazio sanitário da soja é um período obrigatório no qual não é permitido cultivar nem manter plantas vivas de soja no campo, justamente para interromper o ciclo de vida do fungo causador da ferrugem-asiática (Phakopsora pachyrhizi).

A Portaria nº 1.271/2025 do MAPA define as datas específicas para cada estado ou região produtora. Na maioria dos estados, o vazio sanitário se encerra entre 15 de setembro e início de outubro, o que significa que a janela de plantio da safra 2025/26 está prestes a se abrir.

Esse intervalo é fundamental para:

  • Reduzir a presença do inóculo da ferrugem no ambiente;
  • Evitar perdas significativas na lavoura devido à doença;
  • Contribuir com o manejo racional de fungicidas, evitando resistência.

Com o vazio sanitário se encerrando, os produtores devem estar preparados para iniciar a nova safra com planejamento técnico, controle fitossanitário e práticas sustentáveis.

Como planejar a safra de soja com eficiência

Antes de plantar, é fundamental planejar com base em dados concretos e na realidade da propriedade. O planejamento da safra envolve:

Escolha da cultivar ideal

Opte por cultivares adaptadas à sua região agroclimática, considerando:

  • Ciclo da planta (precoce, médio, tardio);
  • Resistência genética a doenças;
  • Potencial produtivo;
  • Exigência em fertilidade.

Análise e correção do solo

Solicite uma análise de solo atualizada e corrija o pH e os nutrientes essenciais, como fósforo, potássio e enxofre. 

Um solo equilibrado é essencial para o desenvolvimento saudável da cultura e influencia diretamente a produtividade.

Planejamento de rotação de culturas

A rotação de culturas com milho, braquiária ou outras leguminosas contribui para a melhora da estrutura do solo, reduz pragas e doenças e ajuda no controle de plantas daninhas.

Preparo do solo e semeadura

O período ideal de plantio varia conforme o calendário de semeadura da sua região. Dentro dessa janela, siga boas práticas para garantir uniformidade na emergência das plantas, como: 

  • Sistema de plantio direto na palha: conserva a umidade do solo, reduz a erosão e favorece o controle biológico de pragas.
  • Regulagem da semeadora: regule corretamente os equipamentos para garantir a profundidade ideal de plantio (3–5 cm), a distribuição uniforme das sementes e a boa cobertura e contato com o solo.
  • Qualidade da semente: dê preferência a sementes de alto vigor, tratadas industrialmente (TSI) e com procedência garantida. Isso reduz falhas no estande e favorece uma lavoura mais uniforme.

Manejo fitossanitário

Para garantir que o andamento da lavoura esteja dentro do estabelecido pelo plano de plantio, o agricultor deve realizar o monitoramento semanal da lavoura para detectar:

  • Pragas iniciais, como lagartas e percevejos;
  • Sintomas de doenças, como manchas foliares, oídio e ferrugem.

O uso de armadilhas e amostragem técnica é essencial para uma tomada de decisão mais precisa.

Além disso, a ferrugem-asiática exige um manejo preventivo com fungicidas, aliado ao uso de cultivares resistentes. O controle deve considerar:

  • Intervalo de aplicação;
  • Rotação de ingredientes ativos;
  • Boas práticas de aplicação (clima, volume, bicos).

Importante destacar que é preciso evitar o uso repetitivo de inseticidas com o mesmo modo de ação. A integração de controle químico, biológico e cultural é o caminho mais eficaz e sustentável.

Manejo de plantas daninhas

As plantas daninhas competem por água, luz e nutrientes, além de dificultarem a colheita. As principais recomendações incluem:

  • Controle na pré-semeadura com herbicidas de ação sistêmica;
  • Uso de pré-emergentes, conforme o histórico da área;
  • Monitoramento e rotação de mecanismos de ação, para evitar resistência.

A infestação por buva, capim-amargoso e caruru tem se intensificado nas últimas safras, exigindo atenção redobrada.

Nutrição e manejo fisiológico

A soja responde muito bem a um manejo nutricional equilibrado. Além da adubação de base, considere:

  • Adubação foliar e bioestimulantes: suplementações em fases críticas (vegetativo, florescimento, enchimento de grãos) podem melhorar a fixação de flores, tamanho das vagens e aumentar a tolerância a estresses climáticos. 
  • Inoculação e coinoculação: a inoculação com Bradyrhizobium é essencial para a fixação biológica de nitrogênio (FBN). A coinoculação com Azospirillum sp. potencializa o enraizamento e o crescimento.

Tecnologias e agricultura de precisão

A adoção de tecnologias vem crescendo na soja e oferece ganhos expressivos de produtividade. Entre as soluções mais utilizadas estão:

  • Mapeamento de solo e aplicação em taxa variável;
  • Monitoramento por satélites e drones;
  • Plataformas digitais para gestão agrícola (como o Broto);
  • Estações meteorológicas e sensores de umidade.

Essas ferramentas auxiliam o produtor a tomar decisões mais rápidas e acertadas, reduzindo custos e otimizando insumos.

Manejo pós-colheita e sustentabilidade

O ciclo da soja não termina com a colheita. Algumas práticas são essenciais para preparar o solo e a propriedade para a próxima safra, como:

  • Manejo da palhada: manter a cobertura do solo ajuda a preservar a umidade, evitar erosão e enriquecer a matéria orgânica.
  • Análise de desempenho da lavoura: análise dos indicadores de produtividade, controle de pragas e retorno econômico. Esses dados são valiosos para planejar melhorias na próxima safra.

Esses dados são valiosos para o planejamento da próxima safra.

Sustentabilidade no campo

A sustentabilidade deixou de ser apenas uma tendência e se tornou uma necessidade para garantir a longevidade do negócio rural. Adotar práticas sustentáveis no cultivo da soja não só preserva os recursos naturais, mas também melhora a imagem do produtor no mercado, facilita o acesso a linhas de crédito e agrega valor à produção.

Veja como implementar essas práticas de forma prática e eficiente:

  • Recuperação de nascentes: a conservação de nascentes é fundamental para garantir o abastecimento de água para a propriedade e para o ecossistema local.
  • Redução de uso de insumos químicos: o uso excessivo de defensivos agrícolas e fertilizantes químicos pode causar contaminação do solo e da água, além de aumentar os custos de produção.
  • Integração lavoura-pecuária-floresta (ILPF): é uma estratégia eficiente para otimizar o uso da terra, diversificar a produção e melhorar a sustentabilidade da propriedade.

Preparar bem é colher melhor

Para o pequeno e médio produtor, cada decisão no cultivo da soja impacta diretamente na produtividade e na rentabilidade da propriedade. 

Ao seguir práticas agronômicas modernas, com base em dados e tecnologia acessível, você fortalece sua lavoura e contribui para a sustentabilidade do agro no Brasil.

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