Uma pesquisa desenvolvida em parceria entre a Universidade Federal de Viçosa (UFV) e a Empresa de Pesquisa Agropecuária de Minas Gerais (Epamig) validou uma formulação de nanopartículas minerais que pretende mudar plantio, mitigando os efeitos adversos do clima e promovendo uma agricultura mais eficiente e sustentável.
O tratamento aplicado em sementes de arroz aumentou em até cinco vezes o índice de velocidade de emergência (desempenho das sementes em campo) e elevou a germinação para 90% em condições de estresse por déficit hídrico. Além disso, a aplicação das nanopartículas multiplicou por dez o comprimento radicular inicial da planta.
A formulação é o foco do trabalho de doutorado da pesquisadora Genaina Souza, da UFV, em conjunto com os pesquisadores Wânia dos Santos Neves e Alexmiliano Vogel, da Epamig.
Segundo Genaina Souza, as nanopartículas minerais são estruturas ultrapequenas compostas por elementos essenciais ao desenvolvimento vegetal. “Em nossa pesquisa, avaliamos nanopartículas de zinco, selênio e boro em sementes de arroz, acompanhando desde a germinação até a fase de produção”, explica.
A pesquisadora acrescenta que a tecnologia tem um potencial significativo para a sustentabilidade. “As nanopartículas podem potencializar a absorção de nutrientes pelas plantas, reduzindo drasticamente a dependência de fertilizantes convencionais, o que é um grande avanço ambiental e econômico.”
A UFV e a Epamig formalizaram, em setembro, o depósito do pedido de patente do processo.