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Venda direta ou cooperativa? Descubra o melhor caminho para seu negócio

Ambos os métodos de comercialização têm prós e contras; escolher o melhor deles garante que o produto chegue ao mercado de forma eficiente e com preço competitivo

Cooperativismo agrícola
Cooperativismo agrícola

Apesar de ser a parte final do processo de produção agrícola, a comercialização é uma das etapas mais importantes e de maior desafio para os produtores. Afinal, é ela quem vai definir a rentabilidade da safra. Dentre as diversas opções existentes no mercado para escoamento da produção, dois modelos se destacam: a venda direta e as cooperativas.

Cada uma dessas modalidades  possui características específicas, que podem ser mais ou menos vantajosas, dependendo do perfil do produtor, do tipo de produto e da estratégia de mercado empregada. Neste artigo, analisaremos as diferenças entre a venda direta e as cooperativas, os benefícios e as vantagens delas, para que você possa escolher a que melhor se encaixa no seu negócio.

Entendendo os modelos de comercialização no agronegócio

Escolher o melhor modelo de comercialização no agronegócio garante, entre tantas coisas, que o produto chegue ao mercado de forma eficiente e com um preço competitivo.

Nesse sentido, uma alternativa é a venda direta, na qual o produtor se encarrega de vender seus produtos diretamente ao consumidor final ou aos distribuidores, sem a intermediação de terceiros.

A segunda opção são as vendas para cooperativas de produtores, que realizam a intermediação da negociação, organizando a distribuição e, muitas vezes, oferecendo serviços adicionais, como assistência técnica e financiamento.

A escolha entre esses modelos depende de diversos fatores, como o tamanho da produção, os recursos disponíveis e a capacidade de gestão. A seguir, analisaremos as vantagens e desvantagens de cada um.

Vantagens e eficiência da venda direta

Optar pela venda direta oferece algumas vantagens significativas aos produtores, como o maior controle sobre o preço, mas também impõe desafios que devem ser cuidadosamente avaliados, como questões logísticas e de estrutura de comercialização.

A modalidade é mais nova no Brasil e já ganhou popularidade entre os mais jovens. Segundo a Associação Brasileira de Empresas de Vendas Diretas (ABEVD), 53,3% dos empreendedores agrícolas de vendas diretas no Brasil possuem entre 18 e 29 anos.

Controle total sobre os preços

Uma das principais vantagens da venda direta aos consumidores ou distribuidores é o controle absoluto sobre os preços de venda, ou seja, o produtor tem liberdade para definir seus preços, sem a necessidade de negociar com intermediários. Isso pode resultar em margens de lucro maiores, pois elimina a necessidade de pagar comissões ou repassar parte do valor à rede de distribuição.

Além disso, na venda direta, o produtor pode ajustar os preços de acordo com a demanda, a sazonalidade e a qualidade do produto, em busca de mercados mais sofisticados, como feiras livres ou clientes corporativos.

Necessidade de estrutura de distribuição

Por outro lado, a venda direta exige que o produtor tenha uma estrutura de distribuição própria ou consiga se inserir em redes eficientes. Essa necessidade pode ser um grande desafio para pequenos produtores, que não têm capacidade de investir em logística ou em pontos de venda.

A gestão de estoque, transporte e entrega demanda recursos financeiros, humanos e tecnológicos. Ademais, o produtor precisa se preocupar com a promoção do seu produto, o que pode significar custos com estratégias de marketing e divulgação.

Como funcionam as cooperativas e quais seus benefícios

As cooperativas funcionam como uma associação entre produtores que se unem para negociar seus produtos de forma conjunta. Esse modelo de comercialização visa reduzir custos operacionais, ampliar o poder de negociação e maximizar  a distribuição. 

Paralelamente, para atrair mais produtores, as cooperativas frequentemente oferecem serviços adicionais aos seus membros, como assistência técnica, capacitação e até linhas de crédito.

Economia de escala

Uma das maiores vantagens das cooperativas é a economia de escala, ou seja, ao reunir um grande número de produtores, essas entidades conseguem negociar com fornecedores e compradores em condições mais desenvolvidas, o que pode resultar em melhores preços para os produtos e redução de custos de produção.

Esse mecanismo é especialmente relevante para pequenos produtores, que, quando estão por conta própria, não têm o poder de negociação para competir com grandes empresas.

Garantia de mercado

Por geralmente possuírem contratos firmados com grandes empresas ou canais de distribuição, as cooperativas também oferecem aos seus membros uma garantia de mercado para que eles tenham uma saída para sua produção, mesmo em períodos de baixa demanda ou crises econômicas.

Além disso, ao entrar em uma cooperativa, os produtores podem se beneficiar de práticas de marketing mais eficientes, uma vez que elas tendem a ter mais recursos e expertise para promover os produtos no mercado.

Desvantagens da cooperativa

Por outro lado, as cooperativas também apresentam algumas limitações aos produtores, como o menor controle sobre o preço de venda do produto, já que ela define uma negociação em nome de todos. Algumas cooperativas cobram ainda taxas de adesão ou de serviços, o que pode impactar a rentabilidade do produtor.

Outro ponto a ser considerado é a divisão dos lucros, que geralmente é distribuído entre os membros de acordo com a quantidade de produção de cada um, o que pode não ser tão vantajoso para aqueles que produzem de forma mais eficiente ou com maior qualidade.

Caso opte por uma cooperativa, é importante pesquisar sobre sua gestão, condições de adesão e histórico de sucesso. Nem todas as cooperativas são iguais, e algumas podem ser mais vantajosas do que outras, dependendo do perfil de sua produção.

Dicas para escolher o modelo de comercialização ideal para sua produção

Conforme apresentado anteriormente, não existe um modelo de comercialização ideal. Tanto a venda direta quanto as cooperativas têm suas vantagens e desvantagens, cabendo a cada produtor definir qual o melhor modelo para seu negócio. A seguir, apresentamos algumas dicas para ajudá-lo a escolher o mais adequado:

Avalie sua capacidade de gestão 

Se você tem uma estrutura de distribuição e equipe para o gerenciamento de vendas, a venda direta pode ser uma boa opção. Caso tenha uma produção pequena ou falta experiência no assunto, uma cooperativa pode oferecer a segurança necessária.

Considere o tipo de produto 

Alguns produtos, como frutas e hortaliças, exigem uma logística mais complexa, o que pode tornar a cooperativa mais indicada. Já produtos com maior valor agregado ou que possuem nichos de mercado bem definidos podem se beneficiar da venda direta.

Pense no seu objetivo de longo prazo 

Se deseja expandir rapidamente e alcançar grandes mercados, uma cooperativa pode ser uma excelente opção, pois oferece uma rede de apoio e uma estrutura já estabelecida. Caso o foco seja  criar uma marca própria e fidelizar clientes, a venda direta tende a ser o melhor caminho.

Analise os custos envolvidos 

Embora a venda direta ofereça maior controle sobre os preços, ela também exige investimentos significativos em estrutura e logística. As cooperativas, por sua vez, oferecem economia de escala, mas podem cobrar taxas e limitar a autonomia.

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