Manejo de pastagens

Novo bioinsumo da Embrapa promete recuperar pastagens degradadas

Produto à base de bactérias será lançado em 2026 e pode elevar a produtividade e a sustentabilidade da pecuária brasileira

A imagem representa como a pecuária pode se beneficiar com o uso de bioinsumos
Foto: Stephan Müller/Pexels

A Embrapa Agrobiologia, em parceria com a empresa Agrocete, desenvolveu um novo bioinsumo que promete revolucionar o manejo de pastagens no Brasil.

Composto por três estirpes bacterianas — Bradyrhizobium, Azospirillum e uma do gênero Nitrospirillum ainda em validação —, o produto tem potencial para aumentar a produtividade, recuperar áreas degradadas e reduzir o uso de fertilizantes químicos na pecuária.

O inoculante, previsto para chegar ao mercado em 2026, mostrou aumento superior a 30% na biomassa de leguminosas forrageiras em testes preliminares. O diferencial, segundo os pesquisadores, é o amplo espectro de ação, beneficiando tanto leguminosas quanto gramíneas, como a braquiária, uma das mais utilizadas no País.

“Mesmo em pastagens sem leguminosas, o produto proporciona economia na aplicação de nitrogênio, trazendo retorno direto ao produtor”, afirma Jerri Zilli, pesquisador da Embrapa.

A tecnologia é considerada estratégica diante dos mais de 70 milhões de hectares de pastagens com baixa produtividade no Brasil. Segundo Andrea Giroldo, diretora da Agrocete, o bioinsumo é uma alternativa sustentável para ampliar a produção bovina sem aumentar os custos ou o impacto ambiental.

Além disso, o produto poderá ser aplicado em sistemas diversos, como o de Integração Lavoura-Pecuária (ILP), contribuindo também para a mitigação de gases de efeito estufa.

O Brasil, maior exportador de carne bovina do mundo, tem cerca de 159 milhões de hectares de pastagens — 78% em algum nível de degradação, de acordo com dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). A expectativa é que o bioinsumo ajude a reverter esse cenário com inovação e sustentabilidade.