O biometano foi apontado como peça-chave para a descarbonização do setor de transporte em Mato Grosso do Sul. O tema esteve no centro de um encontro realizado nesta terça-feira (24) pela Biosul (Associação dos Produtores de Bioenergia do Estado), em Campo Grande, com a presença de autoridades, lideranças do setor energético e representantes da indústria.
O combustível renovável, produzido principalmente a partir da biomassa da cana-de-açúcar, emite até oito vezes menos CO₂ do que o óleo diesel. Segundo especialistas, além de reduzir emissões, o biometano amplia a competitividade da indústria e fortalece a meta do Estado de se tornar Carbono Neutro até 2030.
Estado referência em energia limpa
O presidente da Biosul, Amaury Pekelman, reforçou que Mato Grosso do Sul já se tornou referência em energia renovável. “O biogás e o biometano se consolidam como novas fronteiras. Temos matéria-prima, infraestrutura e ambiente regulatório favorável, o que cria condições para investimentos consistentes e geração de valor”, afirmou.
Atualmente, o setor sucroenergético do Estado reúne 22 usinas, sendo responsável por parte significativa da produção de biometano do Brasil.
Perspectivas para o futuro
Além de discutir os gargalos de infraestrutura, o encontro destacou o papel das universidades e centros de pesquisa no avanço tecnológico. O biometano, por ter a mesma estrutura molecular do gás natural, pode ser usado em veículos pesados, substituindo parcialmente o diesel e garantindo segurança energética.
Para Jaime Verruck, secretário de Meio Ambiente, Desenvolvimento, Ciência, Tecnologia e Inovação (Semadesc), os incentivos fiscais e os financiamentos verdes devem acelerar a expansão. “O biometano está no centro da estratégia de descarbonização do Governo de MS, com resultados concretos e potencial para transformar nossa matriz energética”, concluiu.