
O Instituto de Pesca (IP-Apta), a Associação dos Maricultores do Estado de São Paulo (AMESP) e a Associação dos Pescadores e Maricultores da Praia da Cocanha (AMAPEC) estão promovendo uma campanha de conscientização para a preservação das áreas de maricultura em Ubatuba, no Litoral Norte paulista.
A campanha tem como foco alertar pescadores esportivos, turistas e praticantes de lazer náutico sobre a importância de respeitar os limites dessas áreas, dedicadas à pesquisa científica e cultivos experimentais.
Áreas demarcadas têm função produtiva e científica
As áreas de maricultura são demarcadas por boias e legalmente cedidas pelo Ministério da Pesca e Aquicultura (MPA) por períodos de até 20 anos.
A entrada de embarcações, jet skis, banana boats e a prática de pesca nessas regiões é proibida, por representar risco à segurança e ao andamento dos estudos.
Entre os prejuízos provocados pela interferência externa estão o desprendimento de mexilhões, danos às estruturas de cultivo e a contaminação dos ambientes, afetando diretamente a produção e a pesquisa.
Verão exige maior atenção à segurança e aos estudos
Durante o verão, o aumento no fluxo de embarcações e turistas intensifica os riscos de invasões acidentais nas áreas isoladas.
De acordo com a pesquisadora Valéria Gelli, responsável por estudos com macroalgas na unidade do IP em Ubatuba, a campanha busca educar e orientar a população.
“As fazendas marinhas são espaços técnicos e controlados, fundamentais para a produção de alimentos e para o desenvolvimento científico. A entrada de pessoas não autorizadas pode causar contaminação, comprometer a produção e prejudicar anos de pesquisa. Além disso, essas áreas apresentam riscos reais à segurança, podendo resultar em acidentes graves e até morte”, afirma.
Campanha reforça sinalização e comunicação nas redes
A ação envolve a produção de materiais informativos, cartazes, sinalizações locais e conteúdo para redes sociais, visando ampliar a visibilidade da campanha entre moradores e turistas.
O objetivo é reforçar que o respeito aos limites das áreas de maricultura protege não apenas a produção sustentável e a pesquisa científica, mas também a segurança pública e o trabalho dos maricultores locais.
Programa Algicultura SP fortalece a maricultura paulista
A unidade do Instituto de Pesca em Ubatuba abriga uma Fazenda Marinha Experimental, voltada à pesquisa aplicada e cultivo sustentável de macroalgas.
Entre as principais iniciativas desenvolvidas no local, destaca-se o Programa Algicultura SP, que promove o ordenamento produtivo e o desenvolvimento da cadeia das macroalgas.
O programa tem foco especial no cultivo da macroalga Kappaphycus alvarezii, utilizada na produção de carragenana, biofertilizantes, bioplásticos, fármacos e cosméticos, com potencial para agregar valor à cadeia aquícola e estimular a inovação no setor.