Potencial agrícola

Embrapa e IBGE lançam mapa atualizado de aptidão agrícola das terras do Brasil

Ferramenta inédita, disponível gratuitamente, orienta políticas públicas e decisões sobre o uso da terra em escala regional

Foto: Divulgação/Embrapa
Foto: Divulgação/Embrapa

A Embrapa Solos e o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) lançaram, nesta quarta-feira (28), a versão atualizada do Mapa de Aptidão Agrícola das Terras do Brasil, em escala 1:500.000.

A nova ferramenta indica, de forma regionalizada, o potencial de uso das terras para lavouras em três níveis de manejo, além de usos menos intensivos como pastagens naturais ou plantadas e silvicultura. O trabalho teve apoio financeiro do Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa).

O mapa está disponível gratuitamente nas plataformas GeoInfo, da Embrapa, e no Portal de Dados do PronaSolos.

Elaboração do mapa de aptidão agrícola

Fruto de avaliação detalhada das qualidades naturais dos solos e da viabilidade de melhoramentos por manejo, o estudo de elaboração do mapa considerou cinco fatores limitantes ao uso agrícola: deficiência de fertilidade, de água, de oxigênio, suscetibilidade à erosão e impedimentos à mecanização.

Para silvicultura, incluiu ainda o impedimento ao enraizamento. Cada fator recebeu graus de limitação e o potencial agrícola foi classificado em três níveis tecnológicos: A (baixo), B (médio) e C (alto).

Segundo o pesquisador da Embrapa Amaury de Carvalho Filho, o mapa diferencia as áreas adequadas para agricultura familiar, produtores médios e agricultura empresarial, promovendo o uso sustentável do solo.

A classificação indica as aptidões como “boa”, “regular” ou “restrita” para lavouras em cada nível de manejo e, quando inadequadas para cultivo, sugere usos como pastagem ou silvicultura. Áreas inaproveitáveis são indicadas para preservação ambiental.

A avaliação utilizou dados do Mapa de Solos do Brasil (IBGE, 2018), do Prodes (monitoramento do desmatamento na Amazônia Legal) e do Mapa de Unidades de Conservação e Terras Indígenas (MMA, 2020). Áreas não desmatadas da Amazônia e unidades de conservação foram excluídas da análise.

Aplicação do mapa

A escala adotada recomenda o uso do mapa para planejamento regional, apoio a políticas públicas e programas como o PronaSolos e o Zoneamento de Risco Climático (Zarc).

Embora não seja aplicável diretamente em propriedades de pequena escala, pode orientar cooperativas, associações e grandes proprietários na avaliação de riscos e potenciais produtivos.