O agronegócio brasileiro tem se destacado como um dos principais impulsionadores da geração distribuída (GD) no país. Segundo levantamento da Associação Brasileira de Geração Distribuída (ABGD) com base em dados da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), o setor já responde por 13% da potência instalada de GD no Brasil, com 5,6 GW registrados em junho de 2025 — um salto de 60% em comparação aos 3,5 GW de dois anos atrás.
Ao todo, a geração distribuída já ultrapassa 42 GW no país, presente em mais de 5.500 municípios, e tem se consolidado como solução estratégica para garantir energia confiável, limpa e acessível, especialmente em áreas remotas do campo.
Esse movimento acompanha o crescimento do próprio agronegócio, que deve representar 29,4% do PIB nacional em 2025, segundo cálculos da Confederação da Agricultura e Pecuária (CNA) e do Cepea-Esalq/USP. “A energia deixou de ser apenas um insumo operacional e passou a ser estratégica para a competitividade e sustentabilidade no campo”, afirma Carlos Evangelista, presidente da ABGD.
Vantagens da geração distribuída
De acordo com Evangelista, a GD garante previsibilidade no fornecimento, redução de custos, autonomia energética e menos perdas produtivas. Também fortalece o compromisso ambiental do setor ao reduzir emissões e viabilizar práticas ASG, exigidas por mercados internacionais.
Cooperativas rurais e projetos de geração compartilhada com financiamento facilitado vêm ampliando o acesso de pequenos e médios produtores à energia solar e outras fontes renováveis, promovendo inclusão e desenvolvimento regional.
Outro destaque é o crescimento do uso de sistemas de armazenamento de energia (storage), que aumentam a eficiência da GD. “Com baterias, é possível armazenar o excedente de energia para uso em horários de baixa produção, garantindo maior estabilidade e segurança energética”, explica Evangelista.
Para a ABGD, facilitar o acesso à geração distribuída é essencial para enfrentar os desafios do campo e construir um setor agro mais resiliente, inovador e sustentável diante da crise climática e das oscilações no sistema elétrico tradicional.