Silvicultura

Estudo mostra avanço na restauração florestal, mas regeneração ainda é desafio

Embrapa testa técnicas de restauração e revela desafios na regeneração e diversidade de espécies nativas

A imagem demonstra o experimento de recomposição de reserva legal na Embrapa Agrossilvipastoril
Foto: Gabriel Faria/Embrapa Agrossilvipastoril

Um experimento conduzido pela Embrapa Agrossilvipastoril em Sinop (MT) mostrou avanços na recomposição de reserva legal após oito anos. Áreas com plantio de mudas já atingem mais de 80% de cobertura do solo por copas de árvores, superando o principal critério estabelecido pela Secretaria de Meio Ambiente de Mato Grosso (Sema-MT) para sucesso na restauração florestal.

Apesar do bom desempenho na cobertura, o estudo aponta que a diversidade de espécies para regeneração natural ainda é insuficiente. A densidade de regenerantes varia de 483 a 1.083 indivíduos por hectare, abaixo da meta de 3 mil exigida pela Sema. A diversidade de espécies também é baixa: os tratamentos com melhor resultado apresentaram apenas 10 espécies, quando o ideal esperado é pelo menos 20.

Foram avaliadas três técnicas de restauração: plantio de mudas, semeadura direta e regeneração natural. Apenas o plantio de mudas apresentou bons resultados de cobertura. Já o tratamento com eucalipto, permitido pela legislação, teve o pior desempenho em relação a cobertura de copa, devido ao desbaste e à mortalidade por pragas.

A medição da copa das árvores foi feita com métodos tradicionais e aplicativos móveis. O protocolo da Sema-MT e o app GLAMA mostraram os resultados mais confiáveis. A pesquisa deve embasar ajustes nas estratégias de manejo para alcançar todos os indicadores exigidos até o fim do prazo legal de 20 anos.

O estudo da Embrapa contribui para a melhoria dos critérios de restauração florestal no estado e alimenta programas nacionais como o Florestas Produtivas. A meta é recuperar áreas degradadas com uso sustentável da biodiversidade, unindo conservação ambiental e geração de renda no campo.