
Um experimento conduzido pela Embrapa Agrossilvipastoril em Sinop (MT) mostrou avanços na recomposição de reserva legal após oito anos. Áreas com plantio de mudas já atingem mais de 80% de cobertura do solo por copas de árvores, superando o principal critério estabelecido pela Secretaria de Meio Ambiente de Mato Grosso (Sema-MT) para sucesso na restauração florestal.
Apesar do bom desempenho na cobertura, o estudo aponta que a diversidade de espécies para regeneração natural ainda é insuficiente. A densidade de regenerantes varia de 483 a 1.083 indivíduos por hectare, abaixo da meta de 3 mil exigida pela Sema. A diversidade de espécies também é baixa: os tratamentos com melhor resultado apresentaram apenas 10 espécies, quando o ideal esperado é pelo menos 20.
Foram avaliadas três técnicas de restauração: plantio de mudas, semeadura direta e regeneração natural. Apenas o plantio de mudas apresentou bons resultados de cobertura. Já o tratamento com eucalipto, permitido pela legislação, teve o pior desempenho em relação a cobertura de copa, devido ao desbaste e à mortalidade por pragas.
A medição da copa das árvores foi feita com métodos tradicionais e aplicativos móveis. O protocolo da Sema-MT e o app GLAMA mostraram os resultados mais confiáveis. A pesquisa deve embasar ajustes nas estratégias de manejo para alcançar todos os indicadores exigidos até o fim do prazo legal de 20 anos.
O estudo da Embrapa contribui para a melhoria dos critérios de restauração florestal no estado e alimenta programas nacionais como o Florestas Produtivas. A meta é recuperar áreas degradadas com uso sustentável da biodiversidade, unindo conservação ambiental e geração de renda no campo.