Nesta quinta-feira (29), a Associação Nacional para Difusão de Adubos (ANDA) realizou, em sua sede, o Fórum “Futuro Fértil: Integrando Fertilizantes e Bioinsumos para o Amanhã”, que buscou debater a regulamentação de bioinsumos no Brasil.
Segundo Ricardo Tortorella, diretor-executivo da ANDA, graças à sua rica biodiversidade e condições climáticas ideais, o Brasil destaca-se no cenário global como um polo com potencial singular para desenvolver soluções biológicas inovadoras para a nutrição de plantas em sistemas agrícolas tropicais.
Esse movimento, afirma Tortorella, “reduzirá a dependência dos insumos importados e fortalecerá a sustentabilidade do agronegócio nacional”.
Atualmente, o país importa cerca de 95% dos fertilizantes nitrogenados que consome, 72% dos fosfatados e mais de 96% dos potássicos, o que o torna vulnerável a choques externos, como os observados na pandemia e em crises geopolíticas recentes.
Para Tortorella, o uso de bioinsumos é “uma estratégia vital para reduzir riscos logísticos e geopolíticos, além de alinhar nossa agricultura com as demandas globais por sustentabilidade”.
Nova legislação para bioinsumos
O Fórum também debateu a aprovação recente da Lei de Bioinsumos (Lei nº 15.070/2024), que cria um marco regulatório importante para impulsionar o uso dessas soluções biológicas.
A regulamentação em curso deverá facilitar o registro e comercialização de produtos inovadores, incluindo aqueles com funções múltiplas, melhorar a estrutura do solo e aumentar a tolerância das plantas ao estresse abiótico.
A ANDA propõe que bioinsumos de baixa toxicidade sejam automaticamente classificados nessa categoria, dispensando testes adicionais, e defende a simplificação do processo de registro, com exigência apenas de anuência do Ministério da Agricultura.
Entre os benefícios dos bioinsumos, destaca-se a restauração de solos degradados, o aumento da produtividade agrícola e a adaptação às mudanças climáticas.
“A eficácia dos bioinsumos em combinação com fertilizantes já foi amplamente demonstrada”, reforçou Tortorella, destacando que o avanço regulatório é essencial para consolidar o protagonismo brasileiro nesse setor estratégico para o agronegócio e a sustentabilidade.