
O Maranhão foi destaque na Semana de Ação Climática (Climate Action Week), realizada na última sexta-feira (27), em Londres. O evento internacional, considerado um encontro preparatório para a COP30, que será realizada em Belém (PA) em novembro, marcou o anúncio de uma parceria estratégica entre o governo maranhense e o Mercuria Energy Group, multinacional suíça do setor de commodities, para restaurar áreas degradadas, promover regularização fundiária e combater queimadas no estado.
O acordo, viabilizado por meio do Fundo Silvania, prevê um investimento interacional de mais de US$ 100 milhões em ações integradas de sustentabilidade, com foco em três programas estaduais: Floresta Viva, Paz no Campo e Maranhão Sem Queimadas. A iniciativa reforça o protagonismo do Maranhão em soluções climáticas baseadas na natureza, aproveitando a rica biodiversidade, afinal, o estado é um dos únicos no Brasil onde ocorre o encontro de três biomas: Amazônia, Cerrado e Caatinga, além de trechos com manguezais.
O Programa Floresta Viva atua na recuperação de áreas degradadas e no fortalecimento de cadeias produtivas sustentáveis. Já o Paz no Campo busca promover a regularização fundiária e valorizar comunidades rurais e tradicionais. Por sua vez, o Maranhão Sem Queimadas, em execução desde 2020, já contribuiu para a queda do estado da 2ª para a 4ª posição no ranking nacional de queimadas, por meio de ações como capacitação de brigadistas, doação de equipamentos e campanhas educativas.
Durante o evento, Celso Fiori, diretor do Mercuria Energy Group no Brasil, destacou o potencial ambiental do estado. “O Maranhão tem Amazônia, Cerrado, Caatinga e manguezais. Consequentemente, é um estado que traz muitas oportunidades de desenvolvimento em soluções baseadas na própria natureza, envolvendo as comunidades e aumentando a biodiversidade. Além disso, é um estado no qual nós temos a confiança necessária para fazer os investimentos”, afirmou.
Para Peter Seligman, presidente do Conselho do Silvania Conservation International, o investimento interacional representa um modelo pioneiro. “A ideia é que as duas partes trabalhem juntas para garantir que os esforços de reflorestamento no estado beneficiem o povo do Maranhão. Este projeto abrange não apenas o meio ambiente, mas também o combate à pobreza, por meio de novas oportunidades para as comunidades”, ressaltou.
A Climate Action Week 2025 ganhou atenção especial por anteceder a COP30, que ocorrerá pela primeira vez na Amazônia brasileira. A expectativa é que o principal legado da conferência seja o avanço do financiamento climático em países em desenvolvimento, com a meta global de mobilizar US$ 1,3 trilhão até 2035.