Meio-ambiente

Mato Grosso do Sul desenvolve estratégia Estado Carbono Neutro

Governo incentiva iniciativas de descarbonização com políticas de transição energética, sustentabilidade e segurança alimentar

O Mato Grosso do Sul desenvolveu o projeto Estado Carbono Neutro, iniciativa criada com políticas efetivas de transição energética, agricultura sustentável, redução do desmatamento e segurança alimentar
Fotos – Mairinco de Pauda/Semadesc

O Mato Grosso do Sul desenvolveu o projeto Estado Carbono Neutro, iniciativa criada com políticas efetivas de transição energética, agricultura sustentável, redução do desmatamento e segurança alimentar

As estratégias foram abordadas ontem (29), pelo secretário de Estado de Meio Ambiente, Desenvolvimento, Ciência, Tecnologia e Inovação (Semadesc), Jaime Verruck em palestra na abertura do 7º Simpósio de Reprodução, Produção e Nutrição de Bovinos – o Repronutri 2025.

O evento foi realizado no Centro de Convenções Arquiteto Rubens Gil de Camillo, na capital Campo Grande (MS), com palestras de especialistas da pecuária estadual, nacional e internacional na programação. O encontro possibilitou o debate sobre a sustentabilidade na criação de animais. 

“A pecuária será construída com base na tecnologia, na transição para técnicas inovadoras. Isso tudo é essencial para o Estado alcançar a neutralidade de carbono. Atualmente, no Mato Grosso do Sul, o setor agropecuário, incluindo a atividade pecuária e as mudanças no uso do solo, é o principal emissor de gases de efeito estufa. Em virtude do grande volume de rebanhos no Estado, a recuperação de áreas degradadas é fundamental para a descarbonização”, disse Jaime Verruck.

O setor de bioenergia também é crucial. De acordo com o secretário, o estado do Mato Grosso do Sul já utiliza 94% de energia renovável, proveniente de hidrelétricas e biomassa. “Esse setor desempenha um papel fundamental na descarbonização”, disse. 

“No que diz respeito ao transporte, o estado depende significativamente do modal rodoviário, que consome diesel e, consequentemente, é o principal emissor de carbono, dado que toda a economia do estado se baseia nesse sistema. Para mitigar esse impacto, três caminhos se apresentam: a substituição inicial do diesel pelo gás natural, a substituição do gás natural por biometano, que já está sendo produzido no estado, e o investimento em logística, visando a transferência gradual do transporte rodoviário para o ferroviário, o que representa um grande desafio”, complementou o secretário. 

Desafios para o Estado Carbono Neutro

De acordo com Verruck, para atingir a meta de Estado Carbono Neutro, um dos principais desafios a curto prazo é o transporte e desenvolvimento da agropecuária sustentável. No Mato Grosso do Sul já existe um programa que visa reduzir o tempo de abate dos animais, o que já auxiliaria a região com uma menor emissão de gás metano.

Além disso, a redução do desmatamento é uma prioridade para o projeto. 

“É um objetivo primordial. Implementamos a agricultura sustentável, anteriormente denominada agricultura de baixo carbono. O Estado se destaca como líder nacional na integração lavoura-pecuária-floresta, outro aspecto crucial. Para alcançar nossos objetivos até 2030, visando a consolidação do Estado e a neutralização das emissões de carbono, que se dão pelo equilíbrio entre as emissões e a captura de carbono, devemos concentrar nossos esforços no setor de transportes. Este é, a meu ver, o principal desafio a curto prazo”, encerrou Verruck.