Apresentado na última edição da Semana Internacional do Café (SIC), o Projeto Carbcafé tem impulsionado a sustentabilidade em Rondônia. Segundo o estudo da Embrapa, a cafeicultura das Matas de Rondônia tem apresentado resultados positivos na captura de carbono, estocando CO2 no solo
Foto: Carlos Ronquim

A MyCarbon, subsidiária da Minerva Foods especializada na originação e comercialização de créditos de carbono, anunciou uma parceria estratégica com o Banco do Brasil (BB) e a empresa de tecnologia agrícola Brandt.

O objetivo da iniciativa é financiar a adoção de práticas agropecuárias regenerativas no Brasil, com foco na resiliência climática, redução de emissões de gases de efeito estufa e geração de produtividade sustentável.

Segundo as instituições envolvidas, os produtores poderão acessar linhas de crédito específicas para a compra de bioinsumos, produtos de nutrição vegetal, recuperação de pastagens degradadas, conservação florestal, entre outras práticas alinhadas aos pilares da agricultura regenerativa.

“A adoção de tecnologias adequadas para cada tipo de sistema é crucial para desenvolver uma pecuária mais resiliente, sustentável e responsável”, afirma Alexandre Berndt, chefe-geral da Embrapa Pecuária Sudeste.

Crédito rural para práticas sustentáveis

A contratação dos recursos poderá ser feita diretamente nas agências do Banco do Brasil ou por meio dos correspondentes bancários, após análise e aprovação técnica conjunta da MyCarbon, Brandt e BB.

O volume de recursos destinado ao programa não foi divulgado, mas a expectativa é estimular investimentos em tecnologias de baixo carbono e práticas regenerativas em larga escala.

“Estamos construindo caminhos para que o produtor rural seja protagonista na mitigação e adaptação das mudanças climáticas e no fortalecimento da agricultura regenerativa”, destaca Marta Giannichi, diretora da MyCarbon.

Agricultura regenerativa: tendência e oportunidade

A iniciativa se soma a um conjunto crescente de políticas e programas que reconhecem a importância do agronegócio brasileiro na transição para uma economia de baixo carbono.

Tecnologias sustentáveis no campo, como o uso de bioinsumos, plantas de cobertura, integração lavoura-pecuária-floresta (ILPF) e práticas conservacionistas de solo, têm demonstrado impacto direto na redução de emissões, sequestro de carbono e aumento da eficiência produtiva.