Pesquisadores iniciaram nesta quinta-feira (21), em Santa Maria (RS), o treinamento de coleta e enxertia de material genético de plantas nativas no Projeto Reflora. A iniciativa, coordenada pelo governo do Rio Grande do Sul, busca reflorestar áreas atingidas pelas enchentes do ano passado, além de preservar a diversidade genética das espécies.
O trabalho foi realizado no Centro Estadual de Diagnóstico e Pesquisa Florestal (Ceflor) e reuniu 28 técnicos e pesquisadores. A técnica aplicada envolve quatro etapas: coleta de DNA de plantas matrizes, enxertia, indução ao florescimento precoce e plantio em áreas degradadas. O método reduz o tempo de restauração dos ecossistemas de até 30 anos para um período entre 5 e 8 anos.
Segundo Jackson Brilhante, coordenador do projeto pela Seapi, o objetivo é ampliar a variabilidade genética das espécies, aumentando a resistência das florestas. Espécies como louro-pardo, cedro, ipê-roxo e cerejeira-do-mato já fazem parte do processo.
“Ao contrário da seleção de melhores exemplares, usada na produção de madeira e na criação animal, por exemplo, aqui o objetivo é ampliar a diversidade genética, tanto de mudas quanto de sementes”, afirma Brilhante.
Além disso, o pesquisador aponta que com a ampliação da diversidade genética, a capacidade de adaptação das espécies se torna maior, gerando benefícios ecológicos e econômicos, além do reflorestamento local.
O Projeto Reflora é desenvolvido em parceria com universidades como UFSM, UFRGS, UFV, Unisc e PUCRS, além da empresa chilena CMPC e da Embrapii. O projeto prevê o plantio de mais de 6 mil mudas de 30 espécies nativas em áreas atingidas pelas enchentes.
Com investimento de R$ 5,21 milhões, iniciativa tem duração de três anos e também busca formar novos pesquisadores e fortalecer a produção de mudas florestais.