
O período de seca de 2025 se encerrou com 434.392 hectares queimados em unidades de conservação, o segundo menor volume da série histórica. Os dados, consolidados pelo Centro Especializado em Manejo Integrado do Fogo (Cemif), foram registrados em um ano com monitoramento ampliado, que alcançou 79 unidades, quase o dobro das 39 observadas em 2018, quando o menor índice havia sido contabilizado.
Do total queimado em 2025, cerca de 95% correspondem a 414.260 hectares no Cerrado. A Amazônia aparece em seguida, com 9.749 hectares, enquanto a Mata Atlântica registrou 9.358 hectares. Na Caatinga e no Pampa, as áreas atingidas somam pouco mais de mil hectares. Mesmo que haja pequenas revisões, o total não deve ultrapassar o de 2013, ano que ocupava o segundo lugar da série histórica com 568 mil hectares queimados.
Segundo o coordenador do Cemif, João Morita, a ampliação do monitoramento e o uso de instrumentos como os Planos de Manejo Integrado do Fogo contribuíram para diagnósticos mais completos. Ele aponta ainda avanços na capacitação das equipes e no intercâmbio entre servidores. Apesar de o clima ter sido menos extremo do que em 2024, as chuvas atrasaram e prolongaram o período crítico.
As ações de manejo preventivo somaram 265.980 hectares em 32 unidades de conservação. O Cerrado concentrou a maior parte da área manejada, seguido pela Amazônia, onde a extensão submetida ao manejo superou a atingida por incêndios. O ano também foi marcado por maior integração entre órgãos de resposta, com operações relevantes na Chapada dos Veadeiros, no Araguaia e no Distrito Federal, incluindo a Floresta Nacional e o Parque Nacional de Brasília.