Nascida em Goiânia (GO) e criada em Rio Verde (GO), Rafaela De Nápoli carrega no sobrenome e na memória a forte ligação com o campo. Neta de produtores de laranja, por parte de pai, em Limeira (SP), e de agricultores familiares, por parte de mãe, no distrito goiano de Riverlândia, ela passou a infância colhendo frutas e correndo pelos laranjais do avô.
Filha do engenheiro agrônomo Francisco — falecido em 2021 — e de Lindaura, Rafaela inicialmente trilhou outro caminho: chegou a ser aprovada em Medicina, mas dificuldades financeiras e a separação dos pais a impediram de seguir o curso. O conselho do pai foi decisivo: estudar Agronomia na mesma universidade em que ele havia se formado, a Universidade de Rio Verde (URV).
“Relutei muito, pensei em desistir, mas me formei 25 anos depois do meu pai, que foi quem entregou meu diploma. Hoje entendo que a agricultura está no meu DNA. Se não fosse agrônoma, não seria outra coisa”, afirma.
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Atualmente, Rafaela empreende em um projeto de hidroponia em Rio Verde, apostando na produção de hortaliças de forma sustentável. Sua trajetória de superação ganhou projeção nacional em 2024, quando venceu o reality show “Prato Brasil – Do Campo à Mesa”, promovido pelo Congresso Nacional das Mulheres do Agronegócio (CNMA). A conquista abriu caminho para que, em 2025, fosse escolhida embaixadora do evento na região Centro-Oeste.
A engenheira diz sentir orgulho por representar produtoras que, como ela, não são grandes proprietárias, mas desempenham papel estratégico no desenvolvimento do agro. “Sou simples, não tenho fazenda, mas tenho importância na minha região. Isso mostra que há espaço para todas as mulheres no campo”, destaca Rafaela.
O crescimento da participação feminina no agronegócio é visível. No Centro-Oeste, que responde por metade da produção de grãos do país e concentra alguns dos municípios mais ricos do setor, novas gerações de mulheres assumem a gestão das propriedades e avançam em áreas de liderança. Rafaela se vê como parte desse movimento: “Demorou, mas conquistamos respeito e reconhecimento. Quero mostrar que, mesmo sendo a mais nova entre as embaixadoras, também tenho bagagem para compartilhar”.
