
O governo do Rio Grande do Sul apresentou, nesta terça-feira (9), o balanço parcial do Plano Estadual de Agricultura de Baixa Emissão de Carbono (Plano ABC+RS), durante workshop realizado pela Secretaria da Agricultura, Pecuária, Produção Sustentável e Irrigação (Seapi).
Ao chegar à metade do ciclo (2020–2030), o plano acumula 1,52 milhão de hectares com práticas de baixo carbono implementadas até 2025.
Entre as tecnologias adotadas pelos produtores gaúchos, destacam-se:
- Plantio Direto de Grãos (SPDG): 691 mil hectares — 15% acima da meta inicial de 600 mil hectares;
- Integração Lavoura-Pecuária-Floresta (ILPF): 454 mil hectares;
- Recuperação de Pastagens Degradadas (PRPD): 260 mil hectares.
O workshop reuniu autoridades, técnicos e representantes da extensão rural para apresentar os resultados e reforçar o compromisso com metas até 2030.
De acordo com o engenheiro florestal e coordenador do Plano ABC+RS, Jackson Brilhante, o engajamento dos parceiros tem sido fundamental. “Observamos comprometimento real das entidades em promover ações que beneficiem o produtor gaúcho, buscando eficiência e resiliência”, disse o coordenador do plano.
Durante o encontro, pesquisadores da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM) apresentaram estudos em parceria com o plano, avaliando emissões de gases de efeito estufa nas cadeias agrícola, pecuária e florestal do estado.
O foco inclui culturas como soja, arroz, erva-mate, nogueira-pecã, videira e a produção florestal de pinus e eucalipto, além da adoção de sistemas silvipastoris, que integram pastagem e floresta, como estratégia de mitigação e remoção de carbono.
Impacto e alcance social do programa
O plano também já beneficiou milhares de agricultores. Conforme dados apresentados, cerca de 12 mil famílias receberam atendimento direto, com serviços de assistência técnica específicos, e mais de 4,5 mil foram acompanhadas de perto. Quando contabilizadas todas as ações vinculadas, o impacto atinge entre 40 mil e 50 mil agricultores, envolvendo preparo de solo, adoção de tecnologias e sistemas de produção sustentáveis.
No âmbito ambiental e energético, o estado tratou aproximadamente 880 mil m³ de resíduos da produção animal. Utilizando biodigestores, esses resíduos foram convertidos em biogás e biometano, reduzindo emissões de metano e gerando energia limpa.
Dados em âmbito nacional
No Brasil como um todo, o plano federal acumulou 37,71 milhões de hectares com práticas de baixa emissão desde o início do ciclo, tratou mais de 8,19 milhões de m³ de resíduos animais e empregou sistemas de terminação intensiva para mais de 15 milhões de animais.
As ações mitigaram cerca de 198,58 milhões de toneladas de CO₂ equivalente, o que fortalece o compromisso do Brasil com a redução da pegada de carbono no agronegócio.