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Chuvas favorecem trigo e pastagens no Paraná, mas atrasam colheitas e afetam hortaliças

Relatório do Deral mostra que umidade beneficiam trigo, cevada e pastagens, mas atrasam colheitas e afetam qualidade de culturas como feijão, café e hortaliças

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Foto: Geraldo Bubniak/Agência Estadual de Notícias do Paraná

Enquanto o excesso de chuva traz transtornos para parte da produção agrícola no Paraná, para outros setores o cenário é de alívio e até entusiasmo. É o caso da triticultura: segundo o relatório de Condições de Tempo e Cultivo, divulgado nesta semana pelo Departamento de Economia Rural (Deral), a umidade tem favorecido o desenvolvimento das lavouras de trigo e cevada, além de contribuir com a formação das pastagens.

Neste ciclo, a área plantada com trigo no estado deve alcançar 850 mil hectares, uma redução de 25% em relação aos 1,1 milhão do ciclo anterior. Mesmo assim, 78% da área já foi semeada, e as chuvas chegaram no momento certo, beneficiando tanto as lavouras em desenvolvimento quanto os 22% dos produtores que deixaram o plantio para mais tarde.

Segundo o Deral, Na cultura da cevada, que ocupa 94,3 mil hectares, o progresso também é visível: 39% da área já foi plantada, e as lavouras em fase vegetativa estão se desenvolvendo bem com o suporte da umidade. A chuva também favoreceu os produtores de pasto, estimulando a produção de massa verde e melhorando a alimentação animal.

No entanto, o excesso de chuvas tem sido um obstáculo para as culturas em fase de colheita. A colheita do café, por exemplo, avança lentamente, prejudicada tanto na lavoura quanto nos processos de secagem e comercialização. Ainda assim, as produtividades seguem boas nas principais regiões produtoras.

O corte da cana-de-açúcar sofreu algumas interrupções, mas permanece dentro do cronograma. Já os produtores de milho 2ª safra que estavam colhendo tiveram que suspender os trabalhos, sem previsão de impacto significativo na produção, segundo o departamento.

A situação é mais delicada para o feijão 2ª safra, com perda de qualidade causada pela umidade excessiva. Algumas lavouras já foram dessecas, mas ainda aguardam tempo firme para a retirada dos grãos. Além disso, bananeiras e hortaliças no Norte do estado foram atingidas por granizo, e no Sul, geadas pontuais afetaram folhosas, embora o uso de coberturas tenha reduzido os danos.

Por fim, o relatório apontou que produtores que apostaram na soja safrinha também enfrentam dificuldades na finalização da colheita. A comercialização lenta, motivada por preços pouco atrativos, preocupa o setor pela possibilidade de falta de espaço para armazenar a próxima safra de milho.