A tão aguardada frente fria começou a avançar sobre o Brasil desde ontem (27), provocando mudanças significativas no clima da região Centro-Sul. Segundo análise da DATAGRO, o sistema chegou pela manhã ao oeste do Rio Grande do Sul, onde provocou chuvas expressivas entre 30 e 80 mm em parte do estado.
Na madrugada desta quarta-feira (28), as precipitações avançaram em direção ao norte, atingindo o oeste de Santa Catarina, Paraná e Mato Grosso do Sul. A previsão indica que a frente fria seguirá se deslocando ao longo do dia, alcançando o oeste de São Paulo. Para amanhã (29), ainda há possibilidade de chuvas, mas de baixa intensidade.
Segundo o Centro Europeu de Previsões Meteorológicas a Médio Prazo (ECMWF), os acumulados de chuva até o fim do mês devem variar entre 10 e 30 mm em Santa Catarina, Paraná, Mato Grosso do Sul, além do oeste do Mato Grosso e São Paulo. “Algumas áreas poderão registrar volumes mais altos devido ao encontro do ar quente com a instabilidade da frente fria”, alerta o relatório.
Esse cenário favorecerá a recuperação da umidade do solo, especialmente nas áreas que sofreram secas na primeira quinzena de maio. A melhora será benéfica para os canaviais de fim de safra e para as lavouras de milho de inverno. Contudo, as chuvas também podem causar paralisações nas frentes de colheita de cana-de-açúcar.
Onda de frio: mínima invertida e previsão de temperaturas baixas
Com a chegada da frente fria, a tão esperada onda de frio também está prestes a se instalar. A previsão indica que temperaturas mais baixas ocorrerão principalmente durante a noite, caracterizando um fenômeno chamado de “mínima invertida“. Isso acontece quando as mínimas são registradas no fim do dia ou à noite, diferentemente do padrão usual, em que ocorrem no início da manhã.
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Nesta manhã, as temperaturas mínimas na região Sul variam entre 10°C e 18°C, mas à noite devem cair para patamares entre 4°C e 12°C. A sexta-feira (30) está prevista como o dia mais frio desta onda.
Os modelos meteorológicos ainda divergem quanto à intensidade do frio. Dos quatro principais modelos utilizados para previsões na América do Sul, apenas o modelo WRF do CPTEC/INPE prevê geadas generalizadas em boa parte da região Sul, sul de São Paulo e Mato Grosso do Sul, com possibilidade de mínimas negativas em áreas como Piracicaba (SP). “Mas dificilmente isso irá ocorrer; as mínimas devem ficar próximas dos 5°C”, pondera a DATAGRO.
Analisando os diversos modelos, o risco de geada é mais concentrado entre o norte do Rio Grande do Sul e o sul do Paraná, com possibilidade de episódios pontuais nas demais áreas do Paraná. “Diante desse cenário, apenas a cultura do milho de inverno poderá sofrer com geadas”, completa a consultoria.
Para a primeira quinzena de junho, as previsões continuam apontando um período chuvoso e indicam a chegada de uma nova onda de frio após o dia 9.
