Recentemente, o avanço de duas frentes frias consecutivas provocou o retorno das chuvas nas regiões Sul e Sudeste do Brasil, acompanhado por uma onda de frio que resultou em quedas acentuadas de temperatura e ocorrência de geadas. Segundo nova análise climática da DATAGRO, os efeitos foram mais intensos na manhã de 30 de julho, especialmente na região Sul, onde geadas moderadas a fortes foram observadas.
No Rio Grande do Sul, as temperaturas mínimas chegaram a -0,7°C em São José dos Ausentes e Vacaria. Outras cidades registraram mínimas entre 0,5°C e 3°C. Em Santa Catarina, os termômetros marcaram -1,3°C em São Joaquim e Major Vieira, com mínimas semelhantes em Curitibanos, Rancho Queimado e Rio Negrinho. No Paraná, o frio foi mais intenso: General Carneiro atingiu -3,4°C, seguido por São Mateus do Sul (-1,4°C) e Colombo (-0,5°C). Nessas áreas, a colheita do milho de inverno estava 66% concluída até 25 de julho, acima da média dos últimos cinco anos.
As chuvas na região Sul foram moderadas, com acumulado médio de 56,9 mm (50,5% da média histórica). Por estado, os volumes variaram:
• Rio Grande do Sul: 79,6 mm (58,4%);
• Santa Catarina: 54,4 mm (37,1%);
• Paraná: 49,6 mm (50,4%).
Entre os dias 2 e 3 de agosto, novas chuvas devem atingir o Sul. Os volumes previstos são de 50 a 100 mm no RS e de 20 a 30 mm em SC e no oeste do PR. As temperaturas mínimas devem subir gradualmente a partir de 1º de agosto.
Sudeste: geadas localizadas e colheita desigual
No Sudeste, as geadas foram pontuais e menos intensas. Em São Paulo, os destaques foram Campos do Jordão (-1,5°C) e Barra do Turvo (-0,2°C), além de geadas fracas em Rancharia (1,1°C), São Luiz do Paraitinga (1,3°C), Patrocínio (1,7°C) e Ituverava (2,9°C). Em Minas Gerais, Monte Verde registrou -1,8°C e São Sebastião do Paraíso, 2,3°C.
Entre os dias 25 e 28 de julho, as chuvas se concentraram apenas em São Paulo, com acumulado de 18 mm (35,8% da média de julho). A colheita do milho avança lentamente no estado, com somente 16% da área colhida, abaixo da média dos últimos cinco anos. Já em Minas Gerais, o ritmo está alinhado à média, com 46% da área colhida até o dia 25.
Para os próximos dias, as chuvas devem retornar à faixa leste de São Paulo entre 6 e 9 de agosto, com acumulados de 20 a 30 mm. Em partes de Minas Gerais, volumes semelhantes são esperados entre 8 e 9 de agosto, mas o Triângulo Mineiro deve permanecer seco.
Centro-Oeste e Matopiba
No Centro-Oeste, o frio também foi destaque, principalmente no Mato Grosso do Sul, onde Rio Brilhante registrou 2,3°C, Maracaju 3,6°C, Iguatemi 3,7°C e Amambaí 4,0°C. Chuvas entre 10 e 12 mm foram observadas, com média de 9 mm (28,8% da média do mês). Em Goiás e Mato Grosso, não há registros de precipitações significativas há 36 dias.
Na colheita do milho de inverno:
• Mato Grosso: 89% da área colhida (acima da média dos últimos 5 anos);
• Mato Grosso do Sul: 50% da área colhida (também acima da média);
• Goiás: 40% colhido (abaixo da média histórica).
Para os primeiros dias de agosto, chuvas entre 20 e 30 mm são esperadas no sul e oeste do Mato Grosso do Sul. Há chance de precipitação no extremo oeste do Mato Grosso. Goiás deve permanecer sob clima seco.
No Matopiba, o tempo segue seco, sem previsão de chuvas nos próximos dias — um comportamento típico para esta época do ano. A média climatológica de julho na região é de apenas 1,6 mm.