A passagem de uma frente fria sobre o Oceano Atlântico na última sexta-feira (25) provocou instabilidades e tempestades localizadas no Sul de Minas Gerais, incluindo episódios de chuva de granizo em diversas cidades da região, aponta a nova análise climática da DATAGRO.
O fenômeno atingiu especialmente as microrregiões de Poços de Caldas, Pouso Alegre, Santa Rita do Sapucaí e áreas isoladas de Alfenas e Itajubá — importantes polos da cafeicultura mineira. Juntas, as três primeiras microrregiões representam cerca de 8% da área colhida de café em Minas Gerais, reforçando a relevância do evento climático.
As chuvas de granizo causaram impactos expressivos aos cafezais. Para a safra atual, houve perda de frutos remanescentes. Já nas lavouras em formação para a próxima temporada, os danos incluem desfolha, quebra de ramos e ferimentos nos tecidos vegetais, aumentando o risco de infecções por fungos e bactérias. Técnicos e produtores relataram prejuízos, especialmente nas áreas de produção de montanha. Segundo Fernando Barbosa, presidente da Associação dos Cafeicultores do Sudoeste de Minas, está em andamento um levantamento técnico para dimensionar melhor a extensão dos impactos.
Nova frente fria pode trazer mais instabilidades
O início desta semana é marcado pela chegada de uma nova frente fria, com previsão de tempestades sobre parte da região Sudeste, principalmente nas áreas próximas ao litoral. O Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) emitiu alerta na véspera (28) para chuvas intensas, com risco de novas ocorrências de granizo no Sul de Minas e no leste de São Paulo. A partir do dia 30, as temperaturas devem cair novamente, com baixa probabilidade de geada no extremo sul de Minas Gerais. Para o início de agosto, espera-se um período mais seco, com menor frequência de frentes frias, típico da climatologia da época.
Colheita avança, apesar das adversidades
Apesar das dificuldades climáticas, a colheita de café segue avançando nas principais regiões produtoras. De acordo com o levantamento mais recente da Cooxupé, com dados até 25 de julho, o índice geral de colheita na área de atuação da cooperativa atingiu 67,1%, após avanço semanal de 8,1 pontos percentuais.
Veja o andamento da colheita por regional da cooperativa:
- Sul de Minas: 70,9%;
- Cerrado Mineiro: 58,8%;
- Matas de Minas: 75,0%;
- Alta Mogiana (SP): 71,0%.