
Os efeitos da La Niña no Rio Grande do Sul devem ser de fraca a moderada intensidade, segundo previsão divulgada por especialistas do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) e da Embrapa nesta quinta-feira (6), em Porto Alegre, onde anunciaram a previsão do tempo para os meses.
O prognóstico climático para o próximo trimestre foi apresentado na sede da Superintendência do Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa/RS). “É um momento que exige cautela. Não há previsão de frustração, mas também não se visualiza uma supersafra”, afirmou o superintendente do Mapa/RS, José Cleber de Souza.
De acordo com o meteorologista Glauber Ferreira, do Inmet, as temperaturas devem ficar até 1°C acima da média e as chuvas cerca de 50 milímetros abaixo do normal nos próximos três meses. Os efeitos da La Niña no Rio Grande do Sul serão mais perceptíveis no início do verão, especialmente no Sul, Campanha, Fronteira Oeste e Missões — regiões mais suscetíveis à estiagem.
Orientações da Embrapa
Para enfrentar o cenário, o agrometeorologista Gilberto Cunha, da Embrapa Trigo, reforça que o produtor deve planejar o plantio com base no Zoneamento Agrícola de Risco Climático e adotar estratégias que diluam os riscos de perdas. “Quem mantém o solo vivo, com boa matéria orgânica e diversificação de cultivos, tende a resistir melhor aos períodos de estiagem”, destacou Cunha.
As principais recomendações incluem:
- Diversificar as culturas e usar cultivares de ciclos diferentes;
- Ampliar o calendário de semeadura, evitando concentrar o plantio;
- Evitar o preparo convencional do solo e investir em subsolagem e gradagem leve, para romper camadas compactadas e melhorar a infiltração de água;
- Praticar rotação de culturas e cobertura vegetal contínua, mantendo o solo com plantas durante todo o ano;
- Contratar seguro agrícola, público ou privado, para mitigar riscos financeiros.
O pesquisador da Embrapa Clima Temperado, Giovani Theisen, reforça que o produtor deve abandonar o preparo convencional do solo, substituindo-o por técnicas que favoreçam o armazenamento de água e profundidade das raízes.
Além disso, a gestão preventiva do solo e da água é fundamental para reduzir os impactos da estiagem e garantir maior estabilidade produtiva nas próximas safras.