Clima

La Niña deve ser fraca e curta entre setembro e dezembro

Fenômeno pode reduzir chuvas no Sul no início do plantio, mas Centro-Oeste deve ter precipitações regulares

Modelo climático La Niña
Foto: Pexels

A nova atualização das agências climáticas Administração Oceânica e Atmosférica Nacional dos Estados Unidos (NOAA) e Bureau de Meteorologia da Austrália (BOM) aponta 58% de probabilidade para a ocorrência de La Niña entre outubro e dezembro de 2025.

Segundo o conjunto multimodelo NMME (NOAA), e dois dos oito modelos do BOM, o fenômeno será de curta duração e fraca intensidade, semelhante ao último episódio.

Em julho, a Temperatura da Superfície do Mar (TSM) na região de monitoramento caiu de +0,1°C para -0,3°C, ainda em neutralidade.

A expectativa é de resfriamento a partir de meados de setembro, com persistência até o fim do ano.

Impactos previstos para o Sul do Brasil

A influência da La Niña no Sul do país ainda divide os modelos climáticos.

  • Modelo Europeu (ECMWF): prevê chuvas regulares em setembro e outubro, mas queda acentuada em novembro, o que pode prejudicar a soja e o milho.
  • Modelo Americano (NCEP) e Suíço (SA-ENSEMBLE): indicam chuvas abaixo da média de setembro a novembro, com impacto mais severo no Rio Grande do Sul.

Essa redução de precipitação no final da primavera pode afetar diretamente o manejo e o calendário agrícola.

Centro-Oeste e Sudeste: cenário mais favorável

Apesar das incertezas para o Sul, há consenso quanto ao Centro-Sul do Brasil: todos os modelos indicam retorno e intensificação das chuvas a partir de meados de setembro, com novembro apresentando volumes mais altos, sobretudo na região central.

Os estados de São Paulo e Mato Grosso do Sul ficam em uma faixa de transição, com acumulados entre acima, próximos e abaixo da média.

La Niña: curta, mas com efeitos

A expectativa é de uma La Niña fraca e de curta duração, mas capaz de influenciar o regime de chuvas e as decisões no campo.

O último evento, registrado entre dezembro e fevereiro, já havia mostrado que mesmo fenômenos menos intensos podem alterar o calendário agrícola e a produtividade.

Para produtores, o alerta é monitorar as previsões semanais e ajustar práticas de campo.