A Organização Meteorológica Mundial (OMM) informou, nesta quinta-feira (5), em Genebra, Suiça, que há 55% de chance de formação do fenômeno La Niña fraco nos próximos três meses, condição que deve influenciar os padrões climáticos e meteorológicos ao redor do mundo.
Apesar do resfriamento temporário associado ao fenômeno, a entidade alerta que muitas regiões ainda devem registrar temperaturas acima da média entre dezembro e fevereiro.
O fenômeno ocorre quando há um resfriamento temporário, em larga escala, das temperaturas da superfície do oceano no Pacífico equatorial central e oriental. Paralelamente, acontecem mudanças na circulação atmosférica tropical, incluindo alterações nos padrões de ventos, pressão e precipitação.
Os indicadores oceânicos e atmosféricos de meados de novembro de 2025 mostraram condições extremas para a La Niña, de acordo com as últimas previsões dos Centros Globais de Produção de Previsão Sazonal da OMM.
Entre janeiro e março, e também entre fevereiro e abril, deverão voltar a predominar condições neutras, em comparação à fase fria do fenômeno climático natural El Niño–Oscilação do Sul (Enso). A probabilidade de neutralidade deve subir gradualmente de cerca de 65% para 75%.
Por outro lado, há baixa probabilidade de ocorrência do El Niño, que costuma gerar impactos opostos.
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Setores sensíveis ao clima
Celeste Saulo, secretária-geral da OMM, afirmou que as atualizações sobre El Niño e La Niña são ferramentas essenciais de planejamento para setores sensíveis ao clima, como agricultura, energia, saúde e transporte. Segundo ela, essas previsões são fundamentais para apoiar operações humanitárias e representam uma forma de inteligência climática que “ajuda a evitar milhões de dólares em perdas econômicas e a salvar inúmeras vidas”.
A evolução do fenômeno nos próximos meses será monitorada pelos Serviços Meteorológicos e Hidrológicos Nacionais, com o objetivo de orientar tomadores de decisão.
Eventos climáticos extremos
A OMM destaca ainda que os grandes eventos climáticos naturais, como La Niña e El Niño, ocorrem dentro de um contexto mais amplo de mudanças climáticas induzidas pelo ser humano.
Esse cenário tem elevado as temperaturas globais no longo prazo, intensificado eventos climáticos extremos e alterado padrões sazonais de chuva e temperatura.
Entre dezembro e fevereiro, as temperaturas devem ficar acima do normal na maior parte do Hemisfério Norte e em amplas áreas do Hemisfério Sul. As previsões de chuva são compatíveis com as condições esperadas durante um evento La Niña de baixa intensidade.
