
A previsão do tempo para a semana do Natal 2025 deve combinar dois cenários que mexem direto com a rotina no campo: temporais e volumes elevados de chuva no Sul, principalmente no Rio Grande do Sul, e calor acima da média em áreas do Sul, Centro-Oeste e Sudeste. As informações são do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet).
Com o verão já em curso, a combinação de calor e umidade favorece a formação de instabilidades em várias regiões. O Inmet indica que os maiores acumulados de chuva ao longo da semana devem ocorrer no Sul e também na faixa centro-norte do país, que inclui sul do Amazonas, norte de Mato Grosso e oeste do Pará, com volumes que podem ultrapassar 150 mm no período.
Sul: chuva persistente, risco de granizo e rajadas acima de 100 km/h
Entre quarta-feira (24/12) e sexta-feira (26/12), o Sul deve enfrentar chuvas persistentes, especialmente em Rio Grande do Sul e Santa Catarina. O Inmet relaciona o cenário ao transporte contínuo de umidade da Amazônia para o Sul e à formação recorrente de áreas de baixa pressão a oeste da região, mantendo a atmosfera instável e favorecendo chuvas com descargas elétricas, rajadas de vento e, pontualmente, granizo.
No Rio Grande do Sul, os acumulados podem superar 100 mm em até 6 horas. Os maiores volumes eram esperados entre a tarde e a noite de 23/12, principalmente no oeste do estado. Na quarta-feira (24/12), a chuva avança para o centro do Rio Grande do Sul, com persistência até pelo menos quinta-feira (25/12). Há previsão de rajadas de vento superiores a 100 km/h, principalmente entre a madrugada e a manhã de quarta-feira (24/12) na Campanha Gaúcha, e ao longo de quinta-feira (25/12) no centro-norte do estado.
Em Santa Catarina, os volumes também devem ser expressivos, com destaque para o litoral sul, principalmente na quinta (25/12) e na sexta (26/12), quando os acumulados podem chegar a 70 mm. No Paraná, a previsão indica volumes menores, com maior concentração no oeste do estado entre 23/12 e 24/12.
O que fazer na fazenda com risco de temporais
- Evitar pulverização em janela com vento, trovoadas e chuva iminente, para reduzir deriva e lavagem do produto.
- Revisar drenagem e pontos de escoamento em áreas baixas e carreadores, para minimizar atoleiro, erosão do solo e perda de acesso.
- Checar estruturas e coberturas (telhados, lonas, estufas, silos bolsa e galpões), porque rajadas acima de 100 km/h elevam o risco de dano.
- Planejar colheita e transporte com folga: chuva persistente aumenta fila em recebimento, piora estrada vicinal e eleva custo de frete e perda de qualidade.
Centro-norte: chuva forte e acumulados acima de 150 mm em pontos da Amazônia Legal
Fora do Sul, o Inmet destaca volumes elevados na faixa centro-norte do país. A previsão indica acumulados que podem ultrapassar 150 mm ao longo da semana no sul do Amazonas, no norte do Mato Grosso e no oeste do Pará. Na Região Norte, os maiores volumes devem se concentrar na área de divisa entre Amazonas e Pará. O nordeste do Amapá também pode registrar volumes elevados.
Centro-Oeste: chuva forte localizada e calor acima da média em MS e GO
No Centro-Oeste, a semana começa com volumes elevados no norte do Mato Grosso e no oeste de Goiás, onde os acumulados podem superar 100 mm. Nas demais áreas, a chuva tende a ocorrer de forma mais irregular, e a umidade relativa do ar deve variar entre 30% e 50%.
O Inmet indica atenção para áreas de Mato Grosso do Sul e Goiás por previsão de temperaturas elevadas, com valores de até 5°C acima da média entre 23/12 e 25/12.
Sudeste: tempo firme, calor e umidade mais baixa
No Sudeste, a tendência é de tempo firme ao longo da semana, com temperaturas elevadas podendo chegar a 5°C acima da média, principalmente em São Paulo e Rio de Janeiro. A umidade relativa do ar deve variar entre 30% e 45% na maior parte da região, caracterizando um período mais seco.
Nordeste: semana mais seca, com exceções pontuais
No Nordeste, a previsão é de semana mais seca. As exceções ficam por conta de áreas do sertão da Bahia e dos estados do Maranhão e Piauí, com chance de pancadas isoladas e baixo acumulado. Em grande parte do interior, a umidade relativa do ar pode ficar abaixo de 30%, exigindo atenção ao tempo seco.
Calor e baixa umidade: onde o produtor sente no manejo
Em áreas com calor acima da média e umidade baixa, o impacto aparece rápido no manejo: maior estresse térmico em animais, redução de consumo e piora de ganho em períodos críticos. Além disso, há maior risco de fitotoxicidade e menor eficiência de algumas aplicações em horários quentes e secos.
Medidas simples para dias quentes e secos
- Priorizar manejo e aplicação nas horas mais amenas (início da manhã e fim de tarde), sempre respeitando recomendação técnica e bula.
- Água e sombra: reforçar oferta e acesso em pecuária, com atenção a cochos, bebedouros e lotação.
- Monitorar umidade e risco de incêndio em palhada e pastagens, principalmente quando a umidade fica abaixo de 30%.
Para acompanhar alertas e atualizações regionais, o produtor pode consultar o site do Inmet e observar avisos meteorológicos vigentes para o município.
Além disso, no Broto, é possível monitorar como está a umidade e o armazenamento de água no solo. Basta informar a cidade onde a propriedade rural está localizada e o tipo de solo.