O Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) iniciou a operação de seu novo supercomputador, instalado em Cachoeira Paulista (SP).
Com até 6 vezes mais capacidade de processamento que o antigo sistema Tupã, a nova máquina representa um avanço estratégico na previsão de eventos climáticos extremos, como chuvas intensas, ondas de calor e estiagens.
Adquirido com recursos do Fundo Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (FNDCT), o investimento foi de cerca de R$ 30 milhões nesta primeira fase, como parte do Projeto RISC, que prevê mais três supercomputadores até 2028, somando R$ 200 milhões.
O que muda na previsão do tempo?
- Previsões mais rápidas: previsão para 10 dias agora é gerada em menos de 2 horas.
- Maior resolução: passa de 20 km para 10 km no mundo todo e até 3 km na América do Sul.
- Mais detalhamento: será possível prever eventos como “chuvas fortes com ventos entre 16h e 18h na Zona Leste de SP”.
MONAN: modelo 100% brasileiro
O novo sistema roda o MONAN, modelo brasileiro de previsão do tempo, oceano e atmosfera, com código aberto e foco nas condições tropicais da América do Sul.
Ele permitirá simulações antes impossíveis, auxiliando no combate a eventos extremos e no planejamento de setores como:
- Agricultura;
- Energia;
- Defesa civil e planejamento urbano;
- Estudos de mudanças climáticas (IPCC).
Sustentável e eficiente
O projeto inclui:
- Usina solar própria;
- Modernização elétrica e de refrigeração;
- Baixo consumo em relação à potência computacional.
Capacidade total prevista até 2028
- 8 Petaflops (8 quatrilhões de operações por segundo);
- 24x mais armazenamento que o sistema anterior.
Escolha do nome: participação pública
O novo supercomputador ainda não tem nome. Uma campanha foi lançada para que servidores e a sociedade escolham, mantendo a tradição iniciada com o Tupã, nome anterior inspirado na mitologia tupi-guarani.