Mercado de grãos

Aumento da oferta e retração das compras derrubam preços do milho, aponta Cepea

Preços da soja seguem pressionados, com poucas variações no mês de maio

Foto: Wenderson Araujo/Trilux - CNA
Foto: Wenderson Araujo/Trilux - CNA

O mercado de grãos encerrou o mês de maio sob pressão de queda nos preços do milho e leve desvalorização na soja, segundo levantamento do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea). O movimento reflete, sobretudo, a ampla oferta doméstica e a cautela dos compradores diante do atual cenário agrícola e econômico.

Milho: início da safrinha pressiona ainda mais o mercado

As cotações do milho seguiram em queda na última semana, resultado da combinação entre maior disponibilidade do cereal e retração nas compras. Com o avanço da colheita da segunda safra (safrinha), a expectativa é de que a oferta siga crescendo nas próximas semanas, intensificando a pressão sobre os preços.

De acordo com o Cepea, o cenário atual tem deixado vendedores mais flexíveis, buscando fechar negócios antes da chegada plena da colheita, enquanto consumidores permanecem afastados, comprando apenas volumes pontuais para o curto prazo.

Apesar de notícias no início da semana passada sobre possibilidade de geadas em áreas produtoras de milho, que chegaram a gerar alguma sustentação nos preços, o impacto foi limitado. A perspectiva de ampla oferta no Brasil segue dominante e continua a puxar os valores para baixo.

Soja: oscilações leves e exportações aceleradas

No mercado da soja, os preços apresentaram pouca variação ao longo de maio, operando numa faixa estreita de oscilação. Entre os fatores que influenciaram o comportamento das cotações estão:

  • Oferta da América do Sul, especialmente do Brasil e Argentina;
  • Ritmo de plantio da nova safra nos EUA;
  • Impactos das tarifas norte-americanas sobre países concorrentes, além das reações dos governos afetados.

Embora levemente pressionadas na última semana, as cotações da soja fecharam o mês de maio com média inferior à registrada em abril. Por outro lado, as exportações de soja em grão seguiram aquecidas, sustentadas pela forte demanda externa.