Os preços da soja se mantiveram em alta na última semana, impulsionados pelo aquecimento nas demandas doméstica e internacional – sobretudo da China –, que elevou os prêmios de exportação no Brasil.
De acordo com o novo boletim semanal do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea-Esalq/USP), publicado nesta segunda-feira (28), as quedas da oleaginosa no mercado internacional e cambial (R$/US$), no entanto, limitaram esse movimento da alta.
“Além disso, o encarecimento nos fretes rodoviários reduziu a receita de sojicultores no País – essa alta é observada desde o mês passado, mas foi intensificada nas últimas semanas”, ressalta o centro de pesquisas.
Diante desse cenário, pesquisadores explicam que produtores mostram preferência em negociar a soja com entrega nos próximos meses em detrimento do spot – entrega em até sete dias.
Esse movimento acontece uma vez que, com a finalização da colheita da segunda safra do milho, a oferta de caminhões tende a aumentar, reduzindo, consequentemente, o custo com frete rodoviário.
Preços do milho mostram reação
O Indicador do milho Esalq/BM&FBovespa, referente à região de Campinas (SP), vem reagindo nos últimos dias, mas ainda acumula queda na parcial de julho, aponta o novo boletim do Cepea-Esalq/USP.
Segundo o centro de pesquisas, ao mesmo tempo em que vendedores limitam as ofertas em regiões onde a colheita do milho está mais atrasada, como nas praças paulistas, sustentando os valores, noutras localidades, sobretudo do Centro-Oeste, o ritmo acelerado das atividades de campo eleva a disponibilidade, pressionando as cotações.
Além disso, agentes consultados pelo Cepea-Esalq/USP relatam que o aumento nos fretes reforça o suporte sobre os preços.
“As boas expectativas quanto às produções brasileiras e mundiais continuam restringindo os negócios, visto que parte dos consumidores sinaliza estar estocada e aguarda o próximo mês – com o avanço da colheita –, para adquirir o cereal a patamares inferiores aos atuais”, pontua.