Mercado sucroalcooleiro

Etanol sobe em agosto e açúcar perde força, mostra Cepea

Menor oferta sustenta preços do biocombustível, enquanto mercado de cristal registra queda e baixa liquidez na praça de São Paulo

Imagem simboliza o o Proálcool, que completa 50 anos neste ano
Foto: Wenderson Araujo/CNA

Os preços do etanol hidratado registraram alta atípica em agosto, contrariando a sazonalidade da safra cheia no Centro-Sul do Brasil.

Segundo o novo boletim semanal do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea-Esalq/USP), publicado nesta terça-feira (2), o Indicador Cepea/Esalq fechou o mês passado em R$ 2,6716/litro, avanço de 4,02% frente a julho.

As cotações do etanol anidro também subiram, com média de agosto ficando em R$ 2,9713/litro, crescimento de 3,08% ante o mês anterior.

Desde 1999, apenas em 11 temporadas os preços do biocombustível haviam subido na passagem de julho para agosto. Neste ano, a sustentação veio da menor oferta de cana-de-açúcar, impactada por baixo rendimento agrícola, efeitos das queimadas de 2024 e clima seco nas principais regiões produtoras.

Açúcar cristal em queda

Na contramão das cotações do etanol, o açúcar cristal recuou no mercado spot paulista. Entre 25 e 29 de agosto, o Indicador Cepea/Esalq (Icumsa 130-180) ficou em R$ 118,69 por saca de 50 kg, queda de 1,56% frente à semana anterior.

A retração refletiu a baixa presença de compradores e menor liquidez, que caiu 47% na comparação semanal.

Produção segue açucareira

Segundo dados da União da Indústria de Cana-de-Açúcar (Unica), a produção de açúcar no Centro-Sul atingiu 3,615 milhões de toneladas na primeira quinzena de agosto, alta de 15,96% em relação ao mesmo período de 2024.

O mix de produção manteve-se açucareiro, com 55% da cana destinada ao açúcar