
Os preços do milho seguem firmes no mercado interno, mesmo com o avanço da colheita da segunda safra, segundo levantamento do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea-Esalq/USP).
Em agosto, o Indicador ESALQ/BM&FBovespa (região de Campinas/SP) oscilou entre R$ 63 e R$ 64 por saca de 60 kg, refletindo a oferta restrita e a resistência dos produtores em negociar o produto.
Colheita do cereal perto do fim e estoques estratégicos
- A colheita da safrinha entra na reta final, enquanto o plantio da safra de verão já começou no Sul do Brasil.
- Muitos produtores têm optado por armazenar os grãos, apostando em novas valorizações.
- Compradores com necessidade imediata enfrentam resistência em obter descontos, enquanto indústrias com estoques ou contratos antecipados aguardam quedas nos preços nas próximas semanas.
Segundo o Cepea, a elevada produção deve gerar maiores estoques de passagem, ao mesmo tempo em que as exportações brasileiras seguem enfraquecidas nesta temporada.
Soja perde força com câmbio e menor demanda
Enquanto o milho mantém firmeza, a soja recuou no fim de agosto diante da menor demanda no mercado externo.
Os principais fatores que pressionam os preços são:
- a proximidade da colheita da safra 2025/26 no Hemisfério Norte,
- a expectativa de avanço nas negociações comerciais entre Estados Unidos e China, que pode redirecionar parte da demanda internacional,
- e a desvalorização do real frente ao dólar, reduzindo a competitividade das exportações brasileiras.
Esse movimento é típico do período de entressafra no Brasil, mas neste ano foi intensificado pelo câmbio desfavorável e pela concorrência externa.