A imagem ilustra produção de soja em São Paulo
Foto: Wenderson Araujo/Trilux

As negociações envolvendo a soja em grão estão mais lentas no Brasil, destaca o novo boletim semanal do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea-Esalq/USP), publicado nesta quinta-feira (17).

De acordo com pesquisadores do centro, esse cenário está atrelado à disparidade entre os valores ofertados pelos compradores e os pedidos por vendedores

“De um lado, sojicultores se mostram capitalizados e afastados das negociações – esses agentes têm a atenção voltada à valorização externa. Já boa parte dos consumidores está cautelosa, atenta ao alto estoque remanescente da safra 2024/25, às expectativas de safra recorde na temporada 2025/26, à desvalorização cambial e à queda nos prêmios de exportação no Brasil”, explica o Cepea-Esalq/USP. 

“Deste modo, os preços do grão registraram apenas pequenas oscilações ao longo da última semana nas principais praças acompanhadas”, finaliza o centro de pesquisas. 

Liquidez está baixa no mercado de milho

A liquidez no mercado brasileiro de milho está baixa, sobretudo porque grande parte dos vendedores está afastada do spot, aponta levantamento do Cepea-Esalq/USP, também publicado hoje.

Do lado da demanda, muitos consumidores têm interesse em novas aquisições, mas os fechamentos envolvem apenas pequenos volumes

Segundo o documento, por um lado, a recuperação no valor externo na semana passada e a intensificação das exportações brasileiras são fatores de sustentação aos preços internos.  Por outro, a recente desvalorização do dólar, o bom desenvolvimento das lavouras de milho da primeira safra e o amplo excedente interno podem resultar em quedas.

“Esse contexto evidencia que o mercado ainda deve buscar ajustes nos próximos meses”, projeta o Cepea-Esalq/USP. 

No campo, de maneira geral, o clima segue favorecendo a semeadura e o desenvolvimento das lavouras da safra de verão. Contudo, em algumas regiões do País, como no Paraná e no Rio Grande do Sul, os volumes de chuvas, a intensidade dos ventos e registros de granizo deixam produtores em alerta.

De acordo com a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), até 8 de novembro, 47,7% da área da safra de verão havia sido semeada no Brasil, avanço semanal de 4,9 p.p. e de 2,2 p.p. acima da média dos últimos cinco anos.