O Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) renovou, através da Portaria nº 845, de 3 de outubro de 2025, o estado de emergência zoossanitária para a gripe aviária em todo território nacional
Foto: Keven Lopes/Governo do Tocantins

O boletim semanal do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea-Esalq/USP) publicado nesta sexta-feira (31) mostra que o poder de compra de avicultores paulistas frente ao farelo de soja – um dos principais insumos da atividade – atingiu recorde em outubro, considerando-se toda a série histórica do centro de pesquisas, iniciada em julho de 2004.

Segundo o documento, esse resultado evidencia que, apesar dos desafios trazidos pelo caso de gripe aviária em maio deste ano em uma granja comercial no Rio Grande do Sul, o setor avícola nacional se mostrou eficiente, cumprindo com excelência todos os protocolos exigidos pelo momento e garantindo uma recuperação rápida.

Cálculos do Cepea-Esalq/USP indicam que, em outubro, com a venda de um quilo de frango vivo no estado de São Paulo, foi possível adquirir 3,85 quilos de farelo, volume 10% superior ao de setembro e expressivos 49,3% acima do registrado em outubro do ano passado, em termos reais (deflacionamento pelo IGP-DI de setembro/25).

“Esse cenário mais favorável ao avicultor está atrelado, sobretudo, à forte reação das cotações do frango vivo no mercado interno, que já operam em patamares pré-gripe aviária, e também à desvalorização do farelo de soja”, explica o Cepea-Esalq/USP.

Preços dos ovos encerram outubro em forte queda

Levantamento do centro de pesquisa também aponta que as cotações dos ovos encerram outubro com fortes quedas em todas as regiões acompanhadas.

Segundo o Cepea-Esalq/USP, em Bastos (SP), principal município produtor do estado de São Paulo, as médias mensais dos ovos brancos e vermelhos foram as menores desde novembro do ano passado, ou seja, as mais baixas do ano, em termos reais – deflacionamento pelo IGP-DI de agosto/25.

“O movimento de queda se intensificou na segunda quinzena de outubro, refletindo a maior disponibilidade da proteína no mercado interno, aliada à demanda enfraquecida, típica do período”, aponta o Cepea-Esalq/USP. “Trata-se do segundo mês consecutivo de recuo nas cotações”, finaliza.