O mercado brasileiro de café encerrou agosto com a colheita finalizada e os preços em forte alta, desta o novo boletim semanal do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea-Esalq/USP), publicado nesta quarta-feira (3).
Segundo o centro de pesquisas, no acumulado do mês, a valorização das variedades arábica e robusta superou os R$ 500 por saca de 60 kg, com avanços expressivos de quase 50% para o robusta e de 28% para o arábica.
“Diante desses aumentos, o café voltou a ser negociado no Brasil nos patamares verificados entre maio e junho, quando a colheita estava apenas começando”, pontua o Cepea-Esalq/USP.
Pesquisadores explicam que o impulso aos valores vem sobretudo da oferta limitada, com quebras de produção superiores às previstas inicialmente, o que tende a dificultar a recomposição dos estoques mundiais.
Além disso, a tarifação extra dos Estados Unidos sobre o café brasileiro reforça o movimento de alta. “Isso porque, ainda que os embarques àquele país se reduzam, as taxas têm resultado em elevação dos preços no mercado norte-americano, causando, por sua vez, avanços nos contratos negociados na Bolsa de Nova York (ICE Futures), que acabam sendo repassados ao Brasil”, finaliza.
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Governo de SP no apoio aos cafeicultores afetados
Para enfrentar os impactos das tarifas impostas pelos Estados Unidos ao café brasileiro, o Governo de São Paulo, por meio do Programa Paulista da Agricultura de Interesse Social (PPAIS), intensificou a compra pública de café das cooperativas paulistas.
Até o momento, em 2025, já foram adquiridas 8 toneladas do grão torrado e moído. A expectativa é que até o final do ano as compras possam chegar a R$ 1 milhão. Estes produtos abastecem hospitais, escolas, penitenciárias e outros prédios da administração pública.
A medida tem o objetivo de assegurar mercado interno e previsibilidade financeira aos pequenos produtores, sobretudo em um momento de instabilidade nas exportações. Atualmente, o PPAIS conta com 30 cooperados e tem 5 Chamadas Públicas em andamento para o café, contemplando as regiões de Bauru e Ribeirão Preto.
“A inclusão do café nas compras públicas fortalece um grão que faz parte da vida de todos os paulistas e garante um mercado seguro às pequenas propriedades dedicadas à cafeicultura”, destaca o secretário de Agricultura e Abastecimento, Guilherme Piai.
