A Argentina deve colher uma safra histórica de trigo em 2025/26, com produção estimada em 24,5 milhões de toneladas, segundo a Bolsa de Comercio de Rosário. Esse volume recorde amplia a oferta ao mercado internacional, sobretudo ao Brasil, principal comprador do grão
Foto: Wenderson Araujo/Trlux

O mercado brasileiro de trigo está atento ao andamento da colheita do cereal na Argentina – maior fornecedor da commodity ao Brasil, destaca o novo boletim semanal do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea-Esalq/USP), publicado nesta terça-feira (2). 

Dados divulgados em 27 de novembro pela Bolsa de Cereais de Buenos Aires (BCBA) indicam que, com 33,9% da área colhida, a estimativa para a produção argentina de trigo foi revisada para cima, para 25,5 milhões de toneladas.

Esse volume supera em 1,5 milhão de toneldas a estimativa anterior, além de ser um novo recorde, ultrapassando o até então maior volume, de 22,4 milhões de toneladas, registrado na temporada 2021/22

Quanto aos preços no Brasil, estes caíram em novembro, pressionados pelo cenário de safra volumosa na Argentina e pela desvalorização do dólar frente ao Real, aponta o Cepea-Esalq/USP. 

Em novembro, a média mensal no Rio Grande do Sul foi de R$ 1.044,82/t, recuo de 8,2% frente a outubro, de 17,1% em relação ao mesmo mês do ano passado e a menor desde fevereiro de 2018 – todas as comparações são em termos reais (valores deflacionados pelo IGP-DI).

No Paraná, a média foi de R$ 1.196,69/t em novembro, com baixa mensal de 1,6% e anual de 15,9%, e a menor desde outubro de 2023.