As cotações da soja recuaram na última semana, pressionadas pela menor liquidez e pelo avanço da colheita no Brasil e na Argentina, destaca o mais recente boletim semanal do Cepea-Esalq/USP, divulgado nesta segunda-feira (28).
Segundo o centro de pesquisas, nem mesmo as reações no preço FOB no porto e nos prêmios de exportação foram suficientes para sustentar os valores domésticos.
A queda de mais de 3% do dólar na semana passada limitou os negócios envolvendo a oleaginosa no spot nacional, à medida que esse cenário afastou parte dos sojicultores brasileiros do mercado.
Esses vendedores estão cautelosos, apostando em recuperação nos preços nas semanas seguintes, fundamentados na possível intensificação dos envios à China.
A maior disponibilidade de soja na safra 2024/25 deve favorecer o escoamento do Brasil ao país asiático caso a guerra tarifária promovida pelos Estados Unidos se prolongue.
Milho
Assim como para soja, as cotações milho seguiram em queda na última semana, pressionadas pela demanda enfraquecida e pela maior oferta, apontam levantamento do Cepea-Esalq/USP.
De acordo com o centro de pesquisas, consumidores se mantêm afastados do spot nacional, à espera de melhores oportunidades para adquirir novos lotes. Vendedores, por sua vez, se mostram mais flexíveis nas negociações, sobretudo diante das boas expectativas para a segunda safra – a maior parte das lavouras apresenta bom desenvolvimento, favorecida pelo retorno das chuvas em volumes suficientes para manter a umidade dos solos.
Pesquisadores do Cepea ressaltam também que o ritmo de negócios é lento mesmo com o preço do milho se mostrando mais atrativo que o da soja.
Feijão
O ritmo de negócios envolvendo o feijão carioca de notas 9 ou superior continuou lento, devido especialmente à cautela das reposições por parte da indústria, indicam pesquisadores do Cepea-Esalq/USP.
Os produtores, por sua vez, seguem restringindo as ofertas dos lotes de melhor qualidade, numa tentativa de sustentar os preços. No entanto, levantamento do centro de pesquisa mostra que a pressão exercida pelo avanço da colheita e pela disponibilidade crescente de grãos de menor qualidade mantém os valores de negociação do feijão em queda.
No campo, dados divulgados pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) indicam que, até 19 de abril, a colheita da primeira safra havia alçado 83,2% da área nacional.