Em queda há sete semanas, os preços do arroz em casca levantados pelo Cepea-Esalq/USP acumulam baixa de 21,3% desde o final de janeiro, voltando ao menor patamar desde 21 de outubro de 2022.
Segundo o centro de pesquisas, esse cenário preocupa vendedores de forma geral, pois os custos totais de produção do cereal no Rio Grande do Sul são estimados na casa dos R$ 100/sc de 50 kg nesta temporada.
Diante dos fortes recuos, a liquidez segue baixa. Vendedores, no geral, se mostram retraídos para novas negociações, mas a necessidade de caixa leva parte deles a ceder aos pedidos de compradores.
Quanto à colheita, as atividades continuam avançando satisfatoriamente, com alguns relatos de talhões acamados ou mesmo de quebras acima do normal no beneficiamento. No Rio Grande do Sul, principal estado brasileiro produtor, os trabalhos chegaram a 39,63% da área semeada. De acordo com os dados do Instituto Rio Grandense do Arroz (Irga), esse percentual representa 385.469,88 hectares.
Por outro lado, levantamento do Cepea-Esalq/USP mostra que os preços do trigo estão em alta desde o começo deste ano. No Paraná e no Rio Grande do Sul, as atuais médias mensais são as maiores, em termos nominais, desde agosto do ano passado.
Segundo explicam pesquisadores do Cepea, geralmente os valores do cereal avançam ou se sustentam ao longo do primeiro semestre, atingindo patamares elevados no meio do ano e voltando a ser pressionados no segundo semestre.
“Enquanto nos primeiros seis meses as cotações são influenciadas pela redução dos estoques internos, na segunda metade do ano, a chegada da nova safra eleva a disponibilidade e gera pressão sobre os valores”, explica o centro de pesquisas. “Assim, as importações tendem a ser maiores no primeiro semestre. Já em caso de excedentes amplos, as exportações são dinamizadas no início de cada ano”, completa.