Cotações

Preços do café arábica e robusta recuaram em julho

Mercado cafeeiro vive momento de incerteza, com tarifas adicionais de 50% dos EUA ameaçando as exportações

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Foto: Arquivio/Marcelo Camargo/Agência Brasil

Nesta quarta-feira (6), entra em vigor a tarifa adicional de 50% sobre as exportações brasileiras aos Estados Unidos, conforme anunciado pelo presidente Donald Trump no final do mês passado.

No entanto, para o setor cafeeiro, um dos principais afetados, a medida ainda não é tratada como um fato consumado, podendo haver uma definição mais clara nos próximos dias, sobretudo tendo em vista que o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, deverá se reunir ainda nesta semana com o secretário do Tesouro norte-americano, Scott Bessent.

De acordo com o novo boletim semanal do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea-Esalq/USP), publicado hoje, essa expectativa é reforçada pela pressão exercida por empresas norte-americanas interessadas na manutenção do suprimento regular de cafés brasileiros, insumo essencial na composição de blends industriais

Atualmente, o Brasil é responsável por fornecer cerca de 25% do café importado pelos EUA e é o principal fornecedor da variedade arábica, insumo base para a indústria local de torrefação. 

Quanto aos preços no mercado doméstico, o Indicador Cepea/Esalq do arábica tipo 6, bebida dura para melhor, posto na capital paulista, perdeu R$ 22,49/saca de 60 kg (ou baixa de 1,2%) no acumulado de julho, encerrando o mês a R$ 1.811,87/saca.

No campo, a colheita dessa variedade caminha bem e se aproxima de 70% a 80% da produção esperada

Para o café robusta, levantamento do Cepea-Esalq/USP mostra que as cotações recuaram com um pouco mais de força, pressionadas pela maior oferta interna. O Indicador Cepea/Esalq do tipo 6, peneira 13 acima, a retirar no Espírito Santo, caiu R$ 76,62/saca de 60 kg (retração de 6,9%), fechando a R$ 1.028,45/saca no dia 31 de julho.

A colheita do café robusta está finalizada na maior parte das praças do Espírito Santo e de Rondônia