Cotação de milho
Fotos: Tony Oliveira/Canal do Produtor - CNA

Os preços do milho seguiram em alta no mercado interno na última semana, com o Indicador Esalq/BM&FBovespa (Campinas – SP) se aproximando dos R$ 70/saca de 60 kg, patamar nominal verificado pela última vez em maio deste ano.

De acordo com o novo boletim semanal do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea-Esalq/USP), publicado nesta segunda-feira (8), o impulso veio sobretudo do maior interesse de compradores, somado à retração de vendedores. 

“Produtores estão focados na semeadura e atentos ao desenvolvimento da safra. Em algumas regiões, agricultores estão preocupados com o clima quente e, em outras, com os impactos das chuvas de meados de novembro”, detalha o Cepea-Esalq/USP. “Nesse contexto, agentes limitam os lotes disponibilizados no spot, à espera de novas valorizações”, completa. 

Do lado da demanda, pesquisadores do centro explicam que compradores buscam recompor os estoques para o final do ano e início do próximo, mas esbarram nos maiores preços pedidos por vendedores.

“Alguns compradores seguem afastados do spot, à espera de queda nas cotações, fundamentados na aproximação da colheita da safra verão, que deve levar produtores a liberar armazéns e fazer caixa, no maior excedente interno e nas exportações em ritmo abaixo do esperado”, completa o Cepea-Esalq/USP. 

Negociações envolvendo soja estão em ritmo lento

As negociações envolvendo soja e derivados estão em ritmo lento neste começo de dezembro, limitadas pela disparidade entre os preços ofertados por compradores e os pedidos por vendedores, mostra novo levantamento do Cepea-Esalq/USP. 

Segundo o centro de pesquisas, enquanto boa parte dos consumidores está abastecida e à espera de queda nas cotações, muitos produtores se mostram capitalizados e pouco dispostos a ofertar novos lotes no spot. 

“Esses sojicultores estão focados nas atividades de campo e preocupados com possíveis perdas de produtividade, especialmente em regiões que enfrentam déficit hídrico”, explica o documento.

“Inclusive, colaboradores consultados acreditam ser pouco provável que a safra 2025/26 alcance as 177 milhões de toneladas previstas atualmente pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab)”, ressalta o Cepea-Esalq/USP. Vale destacar que a entidade ajusta mensalmente a sua projeção.