Cotação de milho
Fotos: Tony Oliveira/Canal do Produtor - CNA

A procura doméstica por milho voltou a crescer na semana passada, elevando os preços do cereal na maioria das regiões acompanhadas pelo Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea-Esalq/USP), aponta o boletim publicado nesta segunda-feira (1º).

De acordo com o centro de pesquisas, parte dos consumidores que priorizava o uso de estoques ou aguardava desvalorização voltou ao mercado, no intuito de recompor os estoques e se programar para o final de 2025. “Vale lembrar que as últimas semanas do ano são marcadas pela menor liquidez, sobretudo devido à paralisação de transportadoras”, ressalta o Cepea-Esalq/USP. 

Do lado da oferta, pesquisadores do centro indicam que vendedores, que estão focados na semeadura da safra verão e atentos a esse retorno dos consumidores, limitam o volume de mercadoria para entrega imediata, reforçando a alta nas cotações.

“Além disso, a paridade de exportação e os embarques se mantendo em bons patamares também dão suporte aos vendedores, que acabam aguardando melhores oportunidades para novos negócios”, acrescenta. 

Pesquisadores do Cepea-Esalq/USP projetam que, para os próximos meses, a entrada da safra dos Estados Unidos, a necessidade de liberação de armazéns por parte de agricultores brasileiros e o estoque de passagem elevado no País podem limitar avanços nos preços internos do milho.

Clima atrapalha progresso da semeadura da safra 2025/26 de soja

O ritmo de semeadura da safra 2025/26 de soja segue abaixo do registrado na temporada passada, aponta o levantamento semanal do Cepea-Esalq/USP. “Esse cenário é reflexo da distribuição irregular das chuvas em grande parte do território nacional nos últimos três meses”, explica. 

No Sul do País, o excesso de umidade ainda tem limitado o acesso às lavouras. Já no Centro-Oeste e no Matopiba, a distribuição desigual das precipitações resultou em umidade abaixo do necessário para avançar nos trabalhos de campo.

Apesar do aumento recente dos acumulados pluviométricos no Centro-Oeste e no Matopiba e da redução dos volumes de chuvas no Sul – especialmente no Paraná –, colaboradores do Cepea-Esalq/USP relatam que o cenário é de incertezas quanto ao potencial produtivo da safra 2025/26. 

De acordo com dados da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), 78% da área nacional havia sido semeada até 22 de novembro, abaixo dos 83,3% registrados no mesmo período do ano passado.