
Embora tenham iniciado a última semana em patamares maiores, os preços do milho caíram ao longo do período, aponta o novo boletim semanal do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea-Esalq/USP), publicado nesta segunda-feira (15).
De acordo com o documento, o enfraquecimento da demanda interna explica os recuos – parte dos consumidores realizou compra antecipada e, diante disso, se afastou das negociações no spot.
Além disso, acrescenta o Cepea-Esalq/USP, estimativas seguem apontando oferta nacional elevada na safra 2025/26, o que reforçou a pressão sobre os valores domésticos.
Do lado vendedor, muitos estão retraídos das negociações, com expectativas de reação nos preços no começo de 2026, fundamentados na possibilidade do retorno dos compradores, após o recesso de parte das empresas no final do ano.
No campo, o retorno das chuvas em importantes regiões produtoras trouxe alívio aos agricultores, que estavam temerosos quanto ao impacto do clima sobre o desenvolvimento das lavouras de verão e sobre a semeadura da segunda safra.
Em relatório divulgado na última semana, a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) estimou a produção da safra brasileira 2025/26 em 138,87 milhões de toneladas, leve queda de 1,5% frente ao registrado na temporada anterior, mas ainda a segunda maior da série histórica da Companhia, iniciada em 1976.
Negociações envolvendo soja se aquecem
As negociações envolvendo soja no mercado spot se aqueceram na última semana, aponta novo levantamento do Cepea-Esalq/USP.
Segundo o Centro de Pesquisas, o impulso veio do aumento da demanda para completar cargas nos portos brasileiros e das novas estimativas da Conab indicando redução no estoque de passagem frente ao projetado no relatório anterior.
“Esse cenário reforçou o movimento de valorização dos prêmios de exportação no Brasil e elevou os preços internos”, explica o Cepea-Esalq/USP.
Os embarques brasileiros da safra 2024/25 – que se encerra ao final deste mês – foram revisados pela Conab para um novo recorde de 106,97 milhões de toneladas, alta de 0,3% em relação ao relatório anterior. Segundo dados da Secretaria de Comércio Exterior (Secex), 98,88% desse volume já havia sido embarcado até 5 de dezembro.