
Os preços do milho seguem firmes no mercado doméstico, retomando os patamares verificados em junho deste ano, aponta o novo boletim semanal do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea-Esalq/USP), publicado nesta segunda-feira (10).
Segundo o centro de pesquisas, produtores continuam focados na semeadura da safra verão – em algumas regiões do País, fortes chuvas deixam agentes em alerta. Quanto às negociações, vendedores priorizam o cumprimento dos contratos já firmados e aguardam novas valorizações para voltar ao spot.
Por outro lado, pesquisadores explicam que o movimento de alta de preços acaba sendo limitado pela menor demanda.
“Compradores relatam ter estoques suficientes para o curto prazo e, com isso, adquirem novos lotes de forma pontual. Esses agentes estão de olho na produção recorde desta temporada e na possibilidade de que vendedores precisem liberar armazéns e fazer caixa”, explica o Cepea-Esalq/USP.
Quanto às exportações brasileiras de milho, dados divulgados pela Secretaria de Comércio Exterior (Secex) e analisados pelo Cepea-Esalq/USP mostram que foram embarcadas 6,5 milhões de toneladas em outubro, volume 14% abaixo do de setembro e apenas 1,5% acima do verificado em outubro do ano passado.
No acumulado de 2025, os envios totalizam 29,82 milhões de toneladas, 3,2% a menos do que no mesmo período de 2024.
Embarques do complexo soja em alta
Os dados Secex também mostram que, de janeiro a outubro, o Brasil exportou 19,6 milhões de toneladas de farelo de soja, um recorde para o período.
De acordo com o centro de pesquisas, a demanda está aquecida, sobretudo por parte de novos países e de destinos pouco tradicionais, como Espanha, Dinamarca, Bangladesh e Portugal. No Brasil, consumidores também estão mais ativos nas aquisições do derivado.
Quanto à soja em grão, na parcial deste ano, o País embarcou 100,6 milhões de toneladas, 6,7% acima do volume escoado em igual intervalo de 2024. Desse total, 78,8 milhões de toneladas foram enviadas à China.
No campo, chuvas generalizadas beneficiaram as atividades de campo em grande parte do Brasil. Segundo a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), a semeadura de soja atingiu 47,1% da área estimada até 1º de novembro, abaixo dos 53,3% observados no mesmo período de 2024 e da média de 54,7% dos últimos cinco anos.