
Os preços do milho se mantiveram firmes na última semana, sustentados pela retração de vendedores, que seguem focados nas atividades envolvendo a semeadura da safra de verão, destaca o novo boletim semanal do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea-Esalq/USP), publicado nesta segunda-feira (24).
“A demanda está pontual, com negócios ocorrendo conforme a necessidade de recomposição dos estoques”, explica o centro de pesquisas.
Já no mercado internacional, os preços estão em queda, influenciados por estimativas apontando maior produção mundial entre as temporadas 2024/25 e 2025/26. No entanto, as baixas foram contidas pela forte demanda internacional pelo grão dos Estados Unidos.
Os embarques brasileiros estão mais intensos em novembro – de acordo com dados da Secretaria de Comércio Exterior (Secex), a média diária de embarques está 7,6% acima da observada no mesmo período do ano passado.
Em 10 dias úteis de novembro, foram embarcadas 2,67 milhões de toneladas de milho. Caso o atual ritmo seja mantido até o encerramento deste mês, as exportações brasileiras do cereal podem somar 5 milhões de toneladas.
No campo, a semeadura da safra de verão vem apresentando bom desenvolvimento nas principais regiões produtoras do País. De acordo com a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), até 15 de novembro, 52,6% da área da safra de verão havia sido semeada no Brasil, avanço semanal de 4,9 p.p., mas leve atraso de 0,4 p.p. frente à média dos últimos cinco anos.
Mercado de soja apresenta baixa liquidez
As irregularidades das chuvas no Brasil, os casos de necessidade de replantio e a expectativa de demanda externa mais aquecida no próximo ano deixaram produtores brasileiros mais resistentes em negociar novos lotes da soja em grão ao longo da semana passada.
“Diante desse cenário, a liquidez no mercado spot nacional diminuiu, mas os preços subiram”, aponta o Cepea-Esalq/USP.
Segundo pesquisadores do centro, os valores da soja em grão também foram influenciados por projeções do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) indicando menor oferta mundial, o que, somado ao avanço da demanda na safra 2025/26, deve reduzir a relação estoque/consumo final para o menor volume em três temporadas.
Quanto ao farelo de soja, o documento indica que a demanda permaneceu aquecida, dando suporte aos preços domésticos. “Já as negociações de óleo de soja estiveram enfraquecidas, com parte das indústrias de biodiesel do País sinalizando que estavam abastecidas para o médio prazo”, finaliza o Cepea-Esalq/USP.