Mercado de grãos

Preços do milho voltam a cair na última semana

De acordo com o Cepea-Esalq/USP, cotações do cereal foram pressionadas pela ausência de consumidores, que apostam em maiores desvalorizações

milho safrinha
Foto: Wenderson Araujo/Trilux - CNA

Após um leve movimento de reação, as cotações domésticas do milho voltaram a cair na última semana, aponta o novo boletim do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea-Esalq/USP), publicado nesta segunda-feira (4).

Segundo o centro de pesquisas, a pressão veio sobretudo da ausência de consumidores, que aguardam maiores desvalorizações com os avanços da colheita de segunda safra.

“Além disso, as exportações estão menores em relação ao ano passado e ainda muito distantes do estimado pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab)”, acrescenta o Cepea-Esalq/USP. 

Apesar do atraso frente ao ano anterior na média nacional, algumas praças dos estados de Mato Grosso e Goiás têm apresentado bom ritmo de colheita e produtividades elevadas, aumentando de forma pontual a oferta disponível para negócios

Quanto às exportações, dados da Secretaria de Comércio Exterior (Secex) mostram que, no acumulado do ano comercial 2025/26 – de 1º de fevereiro até a 4ª semana de julho –, o volume embarcado limitou-se a 4,3 milhões de toneladas.

O volume é bem inferior à 7 milhões de toneladas enviados no mesmo período do ciclo anterior e ainda distante das 34 milhões projetadas pela Conab até o final de janeiro de 2026

Preços da soja em alta

O novo boletim do Cepea-Esalq/USP para soja mostram que os preços domésticos da oleaginosa em grão subiram na última semana, refletindo, além da crescente disputa entre compradores brasileiros – sobretudo para processamento interno – e internacionais, também a valorização cambial (US$/R$). 

Na parcial de julho – até o dia 28 –, o Brasil escoou 10,44 milhões de toneladas de soja, com a média diária de embarques superando em 12,4% a de julho de 2024.

Os dados, divulgados pela Secex e analisados pelo Cepea, evidenciam a demanda externa firme, diante da necessidade de tradings completarem cargas nos portos brasileiros, o que fez os prêmios de exportação para os maiores patamares em três anos.

“Além disso, o aumento das tarifas dos Estados Unidos para vários países pode impulsionar a procura estrangeira pelo complexo soja brasileiro”, finaliza.